A Black Friday é o principal evento do ano para o consumidor e, consequentemente, para os empreendedores. Em 2020, a data se tornou ainda mais desafiadora: com menos pessoas indo ao comércio físico, para evitar aglomerações devido à pandemia de Covid-19, o comércio eletrônico ganhou ainda mais força e cresceu, em apenas um ano, o que estava previsto para, pelo menos, em cinco anos. Isso pegou diversos lojistas de surpresa. Muitos precisaram se adaptar ao ambiente digital, enquanto outros começaram a se dedicar e estudar ainda mais este novo universo que se apresentou. Em 2021, tenha certeza, os desafios serão ainda maiores.

Imagem ilustrativa da imagem ESPAÇO ABERTO - Os desafios da Black Friday 2021
| Foto: iStock

Em um momento de forte crise econômica no Brasil, como conseguir negociar com os fornecedores e oferecer os melhores preços e fretes, sem sair perdendo? Esse é, sem dúvida alguma, o questionamento que está pairando na cabeça de quem vende online e quer ser mais competitivo para atrair mais clientes durante a Black Friday de 2021.

A primeira coisa que deve estar na mente de quem quer arrebentar em vendas no período é que a Black Friday deve ser feita o ANO INTEIRO. É necessário, desde o início do ano, observar os preços, fazer grandes pedidos nos momentos certos, ter um grande estoque e organizar tudo para, quando chegar o momento certo, o caminho já esteja trilhado e você consiga se dedicar apenas ao que realmente importa: o consumidor.

Nesse sentido, o ponto que deve ser observado, e que com certeza atrapalhou muitas pessoas nessa “preparação” para a Black Friday, é a escassez de produtos, desde componentes até embalagens. Quem trabalha com e-commerce já sente essa dificuldade e ela não tem previsão de melhorar, principalmente com a crise do transporte marítimo que assola o mundo inteiro. Além disso, as matérias-primas, como aço e alumínio, estão ainda mais caras. O desafio, neste caso, é vender diversos produtos com um desconto competitivo, mesmo enfrentando esse momento de escassez e aumento dos preços.

Ainda que, em alguns momentos deste ano, você tenha conseguido negociar bons pedidos com os seus fornecedores, e esteja com o estoque preparado, é necessário ser muito inteligente e escolher o que entrará com grandes descontos na Black Friday. Qual o sentido de baixar absurdamente o preço de produtos que costumam sair com facilidade o ano inteiro? Por que vender mais barato o que as pessoas já querem comprar por um valor mais alto? Não faz sentido, né?

Esta é a Black Friday que deverá ser a mais pensada e elaborada de todos os tempos. A ideia é oferecer descontos mais altos nos produtos que as pessoas nem sempre procuram, mas que, quando chegam até elas, chamam a atenção rapidamente - aqueles produtos que são, sim, superinteressantes e importantes, mas que costumam ser menos procurados. Esses devem ser os que você irá dedicar descontos mais altos!

Você que empreende e trabalha no comércio físico e/ou online precisa entender que é necessário vender bem, com qualidade e competitividade o ano inteiro. Mas que, durante a Black Friday, é necessário pensar em estratégias de venda multicanal, melhorar a experiência de compra do cliente, mas sem se prejudicar.

A Black Friday é, e continuará sendo, o grande momento do ano para vender muito, fidelizar antigos clientes e conquistar novos. Mas, agora, ela deverá ser feita com muito mais cuidado e preocupação, para que tanto o lojista quanto o consumidor saiam satisfeitos.

Vitor Lima é CEO e sócio-fundador do Magis5

A opinião do autor não reflete, necessariamente, a opinião da Folha.