Há na parte externa da Catedral Metropolitana de Londrina, do lado direito da entrada principal e próximo à torre do campanário, fixada à parede e quase despercebida, uma pequena placa. Seu título de identificação diz tudo: “AQUI TEM HISTÓRIA”. Ela, a placa, tem autoria e assinatura da prefeitura do município de Londrina e da própria catedral. Mais, ela deve ter data que não consegui identificar. Ela, a placa, patenteia um documento da história de Londrina e da região, bem como de sua Catedral Metropolitana.

Pois bem, com a chegada do novo arcebispo Dom Jeremias e a posse do novo pároco, Padre Rafael, por ele nomeado, a história da nossa querida Catedral parece estar sendo profundamente remodelada. Não há registros na imprensa falada, escrita e televisiva, indagações à cerca de um projeto que as referidas autoridades eclesiásticas tenham dialogado com a comunidade mais ampla do que a da Paróquia Sagrado Coração de Jesus sobre as transformações reformistas que a comunidade londrinense está visualizando, até escancaradamente.

A prova visível desse desrespeito, sem que a comunidade saiba, foi a retirada do busto do Sagrado Coração de Jesus instalado na parte superior da entrada principal do salão paroquial, cujo acesso se dá pelas avenidas São Paulo e Miguel Blasi. Segundo sei, pela minha modesta trajetória na Coordenação do CPP (Conselho de Pastoral Paroquial) no início da década de 90 (noventa) até o findar do século passado, que o referido busto é um elemento histórico que remonta aos anos 30 (trinta). Ele entronizava a entrada principal da então Igreja de 1938 e que depois foi demolida. Com seus braços abertos chamava os católicos para se aproximarem.

Na reforma iniciada pelo Arcebispo Dom Geraldo Fernandes, que começou com fundo do novo templo, o esculpido busto de Cristo foi realocado para entronizar a entrada do salão paroquial, de onde, agora, foi retirado. Procurando por ele, o achei “jogado” junto à saída da garagem da Catedral em situação desrespeitosa e de descarte. Seu rosto está coberto por imundo papelão. Registrei fotograficamente o fato. Não sei se o desmonte foi comprovado em ata ou anotação específica, como é recomendado para preservar a história. Também, por enquanto, não se sabe o seu destino.

Bem, é notória a retirada da nave da Catedral, Igreja mãe da Arquidiocese de Londrina, de outros bens históricos e de arte. O que aconteceu com eles? E os que constavam na capela, localizada na parte superior do salão da paróquia? Qual o destino dos bens, até então, ali existentes? Por falar dela, está fechada à chave por quase dois anos. Ali, muitas eram as celebrações das quais membros assíduos da comunidade paroquial participavam diariamente, como da missa ao final de todas as tardes. Trata-se da história de Londrina e de sua Igreja mãe! Queremos saber!

Acredito que a prefeitura de Londrina que atestou: ”AQUI TEM HISTÓRIA”, se interesse em preservá-la! O mesmo se espera de Dom Jeremias e do atual pároco José Rafael Solano.

Ervino Nesello, leitor da Folha de Londrina

Os artigos, cartas e comentários publicados não refletem, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina, que os reproduz em exercício da sua atividade jornalística e diante da liberdade de expressão e comunicação que lhes são inerentes.

COMO PARTICIPAR| Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. As cartas devem ter no máximo 700 caracteres e vir acompanhadas de nome completo, RG, endereço, cidade, telefone e profissão ou ocupação.| As opiniões poderão ser resumidas pelo jornal. | ENVIE PARA [email protected]