O calendário nos informa que 7 de abril é dia de dupla comemoração: da saúde e do jornalista. Neste ano, temos o que comemorar? Esta é a pergunta que vem à tona quando pensamos no assunto... Imaginamos que para os leitores também, pois, são públicos os problemas que tanto os profissionais da saúde como os do jornalismo estão enfrentando desde antes da eclosão da pandemia, com maior intensidade nos últimos 12 meses.

Problemas como profissionais e como cidadãos. Não são poucos os colegas e amigos desses campos de trabalho que adoeceram, tiveram familiares acometidos pela COVID-19, morreram e que continuam tendo que exercer sua missão enfrentando as incertezas e as contradições causadas tanto pelo vírus como por alguns dirigentes políticos. Mas, apesar de tudo, continuamos todos os dias levantando, despedindo-se dos familiares que ficam em casa e seguimos em frente.

E, graças ao apoio mútuo que existe entre saúde e comunicação, apesar de algumas batalhas perdidas, estamos ganhando a guerra contra a pandemia! Sim, mesmo com o recrudescimento inesperado das curvas de casos e de mortes, o fato é que o vírus está sendo acuado. Em alguns países e regiões mais do que em outras. Nas últimas semanas somaram-se às medidas sanitárias – mãos limpas, máscara, evitar aglomerações – as poderosas vacinas.

Já pensaram bem como seria muito mais difícil se o trabalho dos jornalistas, da comunicação, deixasse de ser feito? Como seria muito mais difícil do que já é instruir e convencer as pessoas a adquirir e manter hábitos novos? E idem no que se refere ao trabalho dos profissionais de saúde? Isso sem falar nas várias outras contribuições/inovações que esses dois campos estão dando. Por exemplo, no caso da comunicação, o uso das novas Tecnologias de Informação e Comunicação. No caso da saúde, a maior conscientização e a ampliação dos Cuidados Paliativos no fortalecimento das redes de atenção e contribuindo para diminuir os preconceitos e os tabus em relação a morte e ao luto.

Há pouco mais de um ano, no início da pandemia, nós dissemos que ela viria, ia causar sofrimentos e destruição, mas que nós a enfrentaríamos e a venceríamos! Somos vítimas e testemunhas disso. Nossas entidades passaram por dificuldades, deixaram de existir por um tempo, mas com o apoio e solidariedade mútuos e de muitos outros, conseguimos sobreviver, retomar o trabalho e juntos estaremos em julho próximo, quando realizaremos a 7ª Mostra de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde e o 6º Prêmio Inova Saúde Paraná. Tendo como tema central “A saúde em tempos de pandemia: experiências e aprendizados”, vamos fortalecer os ânimos e revigorar as energias para termos mais exemplos, para que o 7 de abril de 2022 tenha ainda mais motivos de comemoração por todos os que se identificam com essas profissões e valorizam as suas realizações.

Marcio Almeida – Médico, Saúde Pública, Presidente do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva e Conselheiro do Palliare Londrina.

Beatriz Zampar – Médica de Família e Comunidade, Cuidados Paliativos, Presidente do Instituto Palliare Londrina e Diretora do INESCO.