Impressiona o número de candidatos para as próximas eleições. O que os move nesse caminho? Dinheiro, poder, “vida boa”? Será que sabem o objetivo de um político? Ou, diriam: “combater a corrupção, melhorar a saúde, a segurança, não aumentar o IPTU, etc.”.

O objetivo é apenas, e tão somente, o bem comum e o que passar disto é “papo furado”.

O bem comum exige algumas qualidades, a saber, caráter, integridade, compaixão e temor de Deus (não é medo, é respeito e honra).

Portanto, precisamos ver quais candidatos reúnem tais qualidades, eles existem? Se não encontrarmos, por certo, viveremos outros escândalos pelos quais Londrina já passou (Saúde, AMA/Comurb, etc.), e mais uma administração sem qualidade.

Só no escândalo AMA/Comurb, desviou-se algo em torno de 180 milhões de reais, no fim dos anos 90 (de 1 a 1,5 bilhão em valores atuais).

Uma boa referência é verificar o que de relevante fizeram os ocupantes da Câmara nos últimos quatro anos e o prefeito, é claro.

Houve fiscalização dos atos do Executivo? Como foi a venda da Sercomtel? E as verbas federais para combate à Covid-19? Verificou-se sua aplicação? Houve algum desvio?

A fiscalização é necessária, afinal os valores são elevados e, em mais de seis estados, os políticos já meteram a mão na “botija”.

Aliás, bandidos, ou melhor, homicidas, pois quem rouba dinheiro público, cujo destino é salvar vidas, é homicida em massa (deveria ser julgado por homicídio qualificado – motivo torpe, dissimulação, traição, emboscada).

Torpe: imoral, vergonhoso, repudiado moral e socialmente, algo desprezível;

Dissimulação: ocultação, por um indivíduo, de suas verdadeiras intenções e sentimentos; hipocrisia, fingimento;

Traição: Quebra da fidelidade prometida e empenhada por meio de ato pérfido; aleivosia, deslealdade, perfídia.

Emboscada: falta de lealdade; traição, cilada.

A bem da verdade, no desvio de recursos públicos de qualquer rubrica, o criminoso comete homicídio, se rouba verba da educação, mata os sonhos de milhares de pessoas, se avança na verba da infraestrutura, mata no trânsito e, assim, vai.

Alguém que se aventurou na política não enriqueceu? Pense, veja, reflita. Gente que não tinha “um pardal para dar água”, “um gato para puxar pelo rabo”, está rica.

Ilhas, mansões, iates, prédios, fazendas, empresas, jatinhos, tudo comprado com dinheiro público “limpinho” – devidamente lavado.

A lavanderia não parou como milhares de empresas, em face da Covid-19, pelo contrário, continua lavando, e muito.

Lava-se de tudo, lavar é preciso, pois é dinheiro manchado de sangue e de mortes, numa saúde que, débil, ainda é roubada descaradamente, o roubo e a corrupção são generalizados.

“A ONU (Organização das Nações Unidas) apontou que o Brasil perde cerca de R$ 200 bilhões com esquemas de corrupção por ano, disse o procurador federal Paulo Roberto Galvão, que faz parte da Operação Lava Jato. “Somente no caso da Petrobras, os desvios de recursos de forma ilegal envolvem entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões, o que consta inclusive de um estudo da Polícia Federal””, destacou o procurador. Fonte: "Isto é".

E mais, além de roubarem, os homicidas são petulantes, soberbos, senhores de si, na certeza que estão – e estão - protegidos por seus amigos que ocupam as mais altas cortes do pais (aqueles que gostam de holofotes, pedestais, camarões, lagostas, vinhos premiados) e que devem estar felizes, se gabando, da agonia da Lava Jato atingida de morte pelo feitor que escolheram.

São eles, os chamados garantistas (com uma nova jaboticaba), eufemismo para injustiça ou contorcionismos, pois não agem com o devido rigor. Os amigos (os mencionados homicidas) quando pegos com a mão na “massa”, recebem ordem de prisão num dia e noutro, o alvará de soltura, às vezes na mesma noite, após dois ou três telefonemas ao padrinho.

Gente influente que ri da justiça, se lixa para o povo, não devolve o que subtraiu, esporadicamente é presa e cujo único castigo é repartir o produto do roubo, com os craques em falsear e contornar a verdade, usando subterfúgios de um sistema falido e viciado, ainda que pareça legal, às vezes.

Pois é, a sensação mais uma vez é de que o bandido venceu. Se nos filmes de faroeste o mocinho sempre vencia, aqui ele morre e nossas esperanças também.

Política não é para idealistas, mas para gente sem caráter, sem compaixão e sem o temor de Deus (há exceções, mas que pouco, ou quase nada, podem fazer).

Simples assim !!!

“Não há nada mais trágico neste mundo do que saber o que é certo e não fazê-lo. Que tal mudarmos o mundo começando por nós mesmos?” Martin Luther King

Antonio Valeriano Antunes Lopes, auditor aposentado do MP em Londrina.