R$ 2 bi (dois bilhões de Reais) é dinheiro que não acaba mais? Depende de quem vai usar.

Um país que retira direito dos trabalhadores alegando falta de recursos, muda as regras dos direitos e obrigações trabalhistas e previdenciários em desfavor daqueles que sustentam toda a nação, estaria em condições de gastar dinheiro público em campanhas políticas partidárias?

A população deveria se recusar a votar em político que utiliza de dinheiro público para fazer campanha.

Nos dias atuais, com as tecnologias digitais, mídias sociais, redes de relacionamentos e demais recursos de comunicação gratuitos, não há motivo para um candidato utilizar o dinheiro suado do trabalhador para fazer campanha política partidária.

Já passa da hora do povo brasileiro superar a postura cordial com aqueles que se apoderam do dinheiro de seu trabalho. Já basta de sustentar parasitas!

O filósofo Cornelius Castoriadis escreveu em seu livro A Instituição Imaginária da Sociedade: “A alienação encontra suas condições, para além do inconsciente individual e da relação intersubjetiva que aí se joga, no mundo social.”

As instituições alienam o eleitor, os partidos políticos se aproveitam de tal fato. Os poderes executivo, legislativo e judiciário estão comprometidos também, cada qual com seu grau de responsabilidade perante a permissão de uso de recursos públicos para fins privados; um partido político não pode ser e não é uma instituição pública no Estado Democrático de Direito, capitalista. Partido Político é pessoa jurídica de direito privado.

Doar dinheiro público, retirado do trabalho dos brasileiros para uso de particulares em campanhas partidárias eleitorais, não parece ser uma utilização eficiente de recursos.

Se vivêssemos no socialismo, tão criticado levianamente na atualidade, talvez o absurdo financiamento público de campanhas partidárias pelo Estado fizesse algum sentido, mas não é o caso.

Aqui é a “lei do cão”. É o capitalismo. Cada centavo do Estado é retirado da população economicamente produtiva e/ou consumista, não deveria ser distribuído gratuitamente a particulares para fazerem campanhas políticas, mesmo que voltadas a tentar garantir uma função pública. Se for seguir a mesma lógica, quando houver concurso público para cargos efetivos o Estado terá que financiar os gastos de preparação de todos os candidatos inscritos. Veja como é ridículo.

Agora, se você deseja que seu dinheiro seja utilizado em campanha eleitoral política partidária, sugiro que faça sua doação diretamente ao partido político de sua preferência.

Wilson Silva Silvestre Neto, Bacharel em Ciências Contábeis, Graduado e Especialista em Gestão Pública, Bacharel e Mestre em Ciências Sociais.