Neste domingo (15), os brasileiros voltam às urnas para eleger prefeitos e vereadores. As câmaras municipais são a primeira instância política na formação de lideranças e Londrina não pode se queixar de seu histórico desde que elegeu o primeiro prefeito: Willie Davis, que ficou no cargo de 1936 a 1940, sucedendo ao primeiro prefeito nomeado em 1934: Joaquim Vicente de Castro.

Alguns prefeitos entraram para a história, tornando-se deputados e até senadores. Muitos souberam compreender momentos de crescimento da cidade, como o 'boom' cafeeiro dos anos 1950, 60 e 70. Outros tiveram um olhar futurista incentivando o papel da construção civil que deu a Londrina, já em décadas passadas, a condição de ser uma das cidades mais verticais do País, com seus prédios absorvendo linhas modernas, contemplados por galerias ou áreas de lazer, até chegarmos às décadas dos condomínios, que são as cidades dentro da cidade.

Mas o que Londrina precisa no século 21? Decerto nem tudo é progresso, há bairros pobres e periferias. À medida em que aumenta sua população, a exigência é por condições que contemplem a todos, embora a tentação seja sempre de contar a história pelo ângulo dos vencedores e não dos vencidos.

Hoje, Londrina, como qualquer cidade média ou grande do Brasil, tem favelas e bairros muito pobres, com um contingente de população em situação de apartheid, as ocupações irregulares estão nas manchetes do mesmo modo que o progresso em muitos setores. E a cidade, como tantas outras, ainda precisa de condições melhores em áreas que os vencedores da disputa eleitoral – sejam eles quem forem - não podem ignorar.

Saúde, educação, saneamento e cidadania são trunfos de cidades desenvolvidas que conseguem ofertar aos seus habitantes o desenvolvimento coletivo. Toda essa cadeia está ancorada não só na criação de empregos, necessários para que cada família e cada cidadão progrida, como tem de contar com os recursos e a visão de uma administração pública com atenção voltada para segmentos sem os quais não há progresso real.

Cidades onde ainda existem crianças em idade escolar que necessitam da merenda como refeição principal do dia; mães que precisam de mais creches para deixar seus filhos enquanto trabalham; que têm pessoas aguardando nas filas dos serviços de saúde; que carecem de regulamentação de moradias de forma a não sofrer com desocupações formam a realidade nacional mais crua.

Então, são muitos os desafios dos futuros prefeitos e vereadores que serão eleitos neste domingo. Nosso voto deve ter a dimensão da consciência não apenas sobre nossas necessidades, mas sobre as necessidades de todos.

O país que estamos construindo, cada vez mais politizado, deve atingir nesta década etapas de desenvolvimento que nos insiram definitivamente no futuro. Sabemos o que temos, o que não temos deverá ser construído, em nível municipal, nesta eleição que definirá lideranças por quatro anos consecutivos. Não podemos perder mais tempo para a construção da cidadania plena. Pensem nisso na hora do voto e desenhem neste domingo o que querem para sua cidade e seu país.

A FOLHA deseja eleições frutíferas aos candidatos e seus eleitores!