Em todas as eleições, fala-se muito sobre o recado que as urnas passam. No primeiro turno das eleições municipais de 2024, uma das principais mensagens não está nos votos, mas na ausência deles. O índice de abstenção foi extremamente alto, o segundo maior já registrado desde as eleições municipais de 1996. Do total de eleitores aptos, 21,71%, ou 33,8 milhões, não votaram.

Já a maior taxa de abstenção foi vista nas eleições de 2020, no primeiro ano da pandemia da Covid-19, quando 34,2 milhões de brasileiros, 23,15%, deixaram de votar.

O alto índice de abstenção foi um dos assuntos tratados pela presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministra Cármen Lúcia, durante coletiva de imprensa no domingo (6), após a conclusão do primeiro turno. Segundo ela, a questão será estudada pela Corte.

Entre as capitais, Porto Alegre (RS), registrou o maior índice de faltosos, 31,51%, somando 345.544 eleitores, número maior que os votos recebidos pelo candidato que liderou a disputa para prefeitura, o emedebista Sebastião Melo. A capital paranaense Curitiba também teve um alto índice de eleitores faltosos, maior que a média nacional: 27,74%.

Em Londrina, o número de pessoas que não compareceram às urnas também atingiu os 27,7%, com 111.016 deixando de votar. São 2.016 votos a menos que o total conquistados pelo deputado estadual do PDS Tiago Amaral, primeiro colocado em Londrina. Ele disputará o segundo turno com a ex-secretária de Educação do município, Maria Tereza Paschoal de Moraes, do PP.

O percentual de 27,7% é maior que o registrado durante a pandemia em Londrina. A ausência do eleitor nas urnas é um problema que merece atenção, já que a participação política é fundamental para o funcionamento das democracias. Certamente, vários fatores interligados devem explicar a alta taxa de abstenção. A falta de diálogo e a ausência de propostas percebidas em muitos debates contribuiu para esse desalento.

É preciso encurtar esse distanciamento entre o cidadão e a política. A Justiça Eleitoral e os partidos políticos podem trabalhar incisivamente por campanhas de conscientização da população sobre a importância do voto, do processo eleitoral e do combate à desinformação, ajudando o cidadão a perceber que a sua decisão tem peso e valor.

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