O retorno às aulas presenciais foi tema discutido em diferentes momentos, no último fim de semana (26 e 27), em Londrina. No sábado, professores, diretores e pais de alunos de escolas particulares participaram de uma manifestação na região central da cidade pedindo o retorno dos trabalhos presenciais, suspensos desde março devido à pandemia do novo coronavírus.

Também no sábado chegou à Londrina o ministro da Educação, Milton Ribeiro, para agenda em escolas e igrejas (ele é pastor da Igreja Presbiteriana). No domingo, o titular da pasta da Educação visitou as instalações do IFPR (Instituto Federal do Paraná) e conversou com a imprensa.

Durante a entrevista, Ribeiro lembrou que é favorável ao retorno das aulas de forma presencial, porém, segundo ele, o retorno ainda não encontra "legitimidade legal" para ser decidido pelo Ministério.

Adiantou, porém, que o ministério está implementando um protocolo de biossegurança para o retorno às aulas presenciais, que inclui a liberação de R$ 525 milhões às diretorias das escolas da educação básica do País.

O governo decidiu remanejar recursos destinados ao pagamento de estagiários em sala de aula para viabilizar a compra de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

No último fim de semana a FOLHA trouxe uma entrevista com o diretor-executivo do Movimento Todos Pela Educação, Olavo Nogueira Filho, que também prega foco na preparação das escolas, dos professores e alunos para uma retomada segura assim que for possível.

Não será uma tarefa fácil voltar com uma rotina diferente. Todos os detalhes são importantes, como o não compartilhamento de objetos (livros, canetas, cadernos) e escalonar até a entrada e saída dos estudantes para evitar qualquer tipo de aglomeração.

Muito se diz sobre o impacto da pandemia na economia, mas a educação (essa área tão importante) também está sendo afetada de maneira que ainda nem é possível medir a grandeza das consequências. Como afetará o aprendizado e o vínculo com a escola e o hábito de estudo? Certamente, daqui a alguns anos estaremos falando sobre a pandemia quando medirmos desempenho escolar e produtividade.

E além do aspecto educacional, existe o impacto social e emocional, como a nutrição das crianças e adolescentes, o aumento de casos de violência doméstica e do índice de abandono escolar.

A reabertura das escolas para receberem estudantes é uma decisão que cabe às autoridades de saúde. E envolve muitos fatores, incluindo olhar a experiência de municípios que já fizeram esse movimento. Mas um planejamento precisa ser pensado por pedagogos e familiares das crianças e jovens: como recuperar o tempo perdido, principalmente quando pensamos nos alunos que tiveram dificuldades para acompanhar o ensino à distância.

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