A polarização mais intensa da política é um fenômeno relativamente recente no Brasil. Os ânimos passaram a ficar mais acirrados com a eclosão das manifestações de rua em junho de 2013, após as denúncias e prisões de políticos e empresários nos escândalos do Mensalão e do Petrolão. As diversas fases da Operação Lava Jato também motivavam a participação de cada vez mais gente nos protestos de rua.

As etapas seguintes dos fatos que consolidaram a polarização foram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a vitória do presidente Jair Bolsonaro, então no PSL e hoje no PL, na eleição de 2018.

A divisão no eleitorado e no país é visível de diversas formas. Um dos reflexos é justamente a efetiva participação de petistas e bolsonaristas na eleição. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu 57.259.504 votos, 48,43% dos válidos. Já Bolsonaro, na busca pela reeleição, teve 51.072.345 votos, 43,2% dos válidos.

No Paraná, o cenário foi diferente e Bolsonaro liderou a disputa, com ampla vantagem. O atual chefe do Executivo recebeu 3.628.612 votos (55,26%), enquanto o adversário teve 2.363.492 (35,99%). Simone Tebet (MDB) recebeu 309.685 votos (4,72%) e Ciro Gomes (PDT) 180.599 (2,75%).

O que chamou a atenção foi que os paranaenses foram às urnas mais motivados em votar para presidente da República do que para os outros cargos em disputa. Os eleitores do Paraná deram 6.566.764 votos para para os candidatos a presidente (96,17% do total). O percentual foi superior ao número de eleitores do estado que escolheram candidatos a outros cargos, como governador (89,39%) e senador (85,55%).

Esses resultados podem ser fruto da intensa disputa entre a esquerda e a direita na política partidária do país. E o acirramento está cada vez mais visível e provavelmente deverá ditar o tom da campanha nas ruas e no rádio e na televisão para o segundo turno.

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