Na segunda-feira, 25 de novembro, o mundo celebrou o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Infelizmente, nesta data, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou um relatório com dados impossíveis de celebrar.

A pesquisa "Feminicídios em 2023: Estimativas Globais de Feminicídios por Parceiro Íntimo ou Membro da Família, da ONU Mulheres e do UNODC", revelou que o feminicídio continua sendo um problema generalizado em todo o mundo.

Segundo o relatório, globalmente, 85.000 mulheres e meninas foram mortas intencionalmente em 2023. Desses homicídios, 60% - 51.000- foram cometidos por um parceiro íntimo ou outro membro da família. Isso equivale a 140 mulheres e meninas mortas todos os dias por seus parceiros ou parentes próximos, o que nos leva a uma mulher ou menina assassinada a cada 10 minutos.

No Brasil, no ano passado, o número de mulheres que sofreu algum tipo de violência doméstica foi de 258.941, o que representa um aumento de 9,8% em comparação com 2022, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados em julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Um problema tão sério quanto a violência contra a mulher precisa ser combatido em todas as esferas. Um projeto de extensão da UEL (Universidade Estadual de Londrina), em funcionamento desde 2023, está fazendo a diferença para a vida de muitas vítimas de agressão.

Trata-se do Nuavidem (Núcleo de Atendimento de Violência Doméstica), que já auxiliou 1.408 mulheres a pedirem medida protetiva no contexto de violência doméstica. O núcleo da UEL foi criado para atuar como uma espécie de triagem para vítimas que chegam à DEAM (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) com dúvidas sobre as atitudes que devem tomar em casos de violência.

O Nuavidem fornece o atendimento jurídico e psicológico para as vítimas, dá orientação, informação e, dependendo do caso, o encaminhamento correto. "Instruímos as mulheres em casos que cabem o boletim de ocorrência, conversamos sobre temas como o botão do pânico, informamos tudo para a mulher, que, muitas vezes chega abalada, perdida, já com medo de perder seus direitos caso denuncie um caso de violência cometido por um homem contra ela”, explicou a professora Claudete Canezin, coordenadora do projeto.

É inaceitável que os índices de violência contra a mulher continuem aumentando no Brasil e em outros países, principalmente por questões estruturais e fundamentadas em uma cultura que alimenta estereótipos de gênero e subestima o valor das mulheres.

Precisamos de mais mulheres ocupando espaços de decisão e poder na política e no mercado de trabalho, garantindo a representatividade feminina e promovendo uma verdadeira mudança.

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