Mais de 33 milhões de brasileiros estão em situação de fome, segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Essa situação de emergência alimentar fez o Brasil voltar a aparecer no Mapa da Fome da ONU (Organizações das Nações Unidas) e motivou a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) colocar a fome como tema da Campanha da Fraternidade em 2023.

É a terceira vez que a Igreja Católica do Brasil elege a fome como tema da Campanha da Fraternidade, que foi lançada nesta Quarta-feira de Cinzas, 22 de fevereiro. Com isso, a CNBB pretende trazer a dificuldade que os mais pobres encontram hoje para comprar alimento como reflexão e propósito de ações. E não dá para falar em redução da fome sem falar em ações para reduzir a desigualdade social e a pobreza.

“Fraternidade e Fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer”, versículo extraído do livro de Mateus na Bíblia, regem a campanha, que este ano completa 39 anos. Em Londrina, ela foi lançada com uma missa na Catedral Metropolitana.

A campanha nos convida para a missão e para nos sensibilizarmos, como sociedade e Igreja, para enfrentarmos o flagelo da fome, por meio de compromissos que transformem a realidade. Temos problemas estruturais que fazem com que esse problema continue”, destacou dom Geremias Steinmetz, arcebispo da Arquidiocese de Londrina, em entrevista coletiva à imprensa.

O chamado é para que as comunidades e paróquias possam colocar em prática ações que vão de encontro às diretrizes da CNBB para a campanha de 2023. “A Campanha da Fraternidade abre um chamado para a responsabilidade de não só irmos e agirmos, mas para concretizarmos ações em prol dos irmãos que passam fome. A Igreja como um todo toma consciência única quando olha para os irmãos necessitados e também para o redor, onde encontram os irmãos que estão ajudando”, elencou o vigário geral da arquidiocese e cura da Catedral, padre Rafael Solano.

No dia dois de abril está programada a Coleta Nacional da Solidariedade. Do valor que for arrecado, 40% vai para o Fundo Nacional de Solidariedade, gerido pela CNBB, e 60% permanece na arquidiocese para atender projetos locais de combate à pobreza.

A Quaresma, que acaba de começar, é um tempo de preparação para a Páscoa, marcado pelas práticas de reflexão, oração e jejum. Com a Campanha da Fraternidade, a Igreja diz para os cristãos que é época também de fazer boas ações, colocando em prática a caridade e o amor. E quando falamos de pessoas que passam fome, é preciso incluir a empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro.

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