EDITORIAL: Um ano da morte de Karoline e Luan
Na edição desta quarta-feira (19), a FOLHA ouviu familiares dos dois jovens assassinados em Cambé
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quarta-feira, 19 de junho de 2024
Na edição desta quarta-feira (19), a FOLHA ouviu familiares dos dois jovens assassinados em Cambé
Folha de Londrina
Completa nesta quarta-feira (19) um ano do crime que matou dois estudantes do Colégio Estadual Professora Helena Kolody, na cidade de Cambé, Região Metropolitana de Londrina. O casal de namorados Karoline Alves Verri e Luan Augusto da Silva, de 17 e 16 anos, respectivamente, foi baleado pouco depois das 9 horas, quando jogava pingue-pongue durante uma aula vaga.
Karoline morreu na hora e Luan foi levado para o HU (Hospital Universitário), onde morreu 13 horas depois. O autor do ataque, que tinha 21 anos, foi detido em flagrante e preso na Casa de Custódia de Londrina. Mas o criminoso foi encontrado morto na noite de 20 de junho de 2023 na prisão.
Além do atirador, outros três homens foram presos suspeitos de terem incitado e auxiliado o autor a cometer o crime. Os três permanecem presos nas cidades de Curitiba, Osasco (SP) e Gravatá (PE). A motivação do crime seria o bullying.
Na edição desta quarta-feira (19), a FOLHA ouviu familiares dos dois jovens assassinados em Cambé. A característica mais marcante do casal é a dedicação à fé católica e o trabalho social que exercia junto aos pobres da comunidade.
O padre Luciano Macedo, da Paróquia Santo Antônio, de Cambé, conta que percebeu um crescimento no número de frequentadores, principalmente para confessar, após a morte dos jovens.
Para ele, o principal legado do casal é o exemplo do “viver um namoro santo”. “Um namoro vivenciado com muito respeito um com o outro, participando da comunidade, da igreja, do Sacramento da Confissão, da Eucaristia, do grupo de jovens”, aponta.
No domingo será celebrada a missa de um ano do falecimento de Karol e Luan na Paróquia Santo Antônio pelo arcebispo de Londrina, Dom Geremias Steinmetz.
O crime causou muita comoção em todo o País. Foi o ato heroico de um homem que trabalha próximo à escola que conseguiu desarmar o atirador e segurá-lo até a chegada da PM.
Antes de morrer, o atirador prestou depoimento à polícia e disse que o crime foi uma retaliação pelo bullying que sofreu na época em que estudou naquela escola.
O bullying é uma triste realidade e professores e pais precisam estar atentos. No Brasil, existe uma legislação antibullying, aprovada em 2015, que obriga as escolas a criarem programas de combate aos atos. Também manda as unidades redigirem relatórios bimestrais dos casos e enviá-los às diretorias de ensino e às secretarias de educação. Outra lei, de 2018, manda as escolas criarem ações de cultura de paz.
Apesar de muito discutido, há ainda dificuldades e desafios no combate ao bullying, que precisa ser contínuo e unir comunidade escolar e famílias. Passa pela educação dentro de casa que conscientize os filhos a agirem com respeito e empatia. E também pelos professores e outros atores do ambiente escolar, que devem observar comportamentos suspeitos, acolher, orientar ou denunciar (se for o caso). Mas, principalmente, incentivar a harmonia e a cultura da paz.
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