Em se tratando de dengue, o perigo ronda Londrina e a população precisa melhorar os cuidados de prevenção ao mosquito transmissor. Na segunda-feira (16) foi divulgado o resultado do 1º LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti) do ano, estudo que colocou o município em risco para epidemia da doença. O índice de infestação vetorial foi de 5,5%, número muito acima do classificado como satisfatório pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é abaixo de um. O último levantamento do ano passado, por exemplo, em novembro, foi de 3%, percentual que era de alerta.

O tempo quente e chuvoso é um fator de alerta, pois o mosquito procura água parada para se reproduzir. A zona norte tem a situação mais preocupante, com índice de infestação de 7,20%, seguida da sul (6,07%), centro (4,63%), oeste (4,45%) e leste (3,93%). A região norte também tem a maioria dos casos da doença notificados entre 23 de outubro e 13 de janeiro, somando 34,7%. O conjunto Luiz de Sá é um dos bairros que mais tem chamado a atenção da secretaria de Saúde porque tem mosquito e o vírus circulante.

Pelo menos 87% dos criadouros com larvas foram identificados em objetos em desuso jogados nos quintais, em vasos de plantas e água de chuva armazenada. Outros 13% estavam em materiais dentro das residências. Os servidores estiveram nas ruas entre os dias 3 e 10 de janeiro, quando vistoriaram 10.277 imóveis.

Segundo o secretário de Saúde do município, Felippe Machado, as ações em campo serão intensificadas nos próximos dias, em especial nos bairros com maios incidência de focos e casos. Por enquanto está descartada a utilização do fumacê. Os agentes usarão a bomba costal, que é direcionada nos pontos críticos. Mas é preciso ressaltar que essas ações só terão um impacto relevante se os moradores fizerem a parte deles.

No ano passado, Londrina registrou 14.443 casos notificados de dengue, com 3.153 confirmados, 10.207 descartados e 1.083 que ainda estão em análise. Duas pessoas perderam a vida. Neste ano já foram 132 notificações da doença, com um caso positivo e outros 127 ainda sendo analisados.

É triste constatar que ano após ano a dengue vem batendo recordes de infestação e de número de casos, colocando a vida da população em risco. Em 2023, o Aedes aegypti está voltando a mostrar a sua força e é preciso que a sociedade entenda que o esforço de combater o mosquito não deve ser apenas do poder público. Dentro de casa, as pessoas precisam agir para acabar com os locais que podem virar reservatório para a água onde Aedes se prolifera.

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