Em abril, a Folha de Londrina entrevistou o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, quando esteve em Londrina para a abertura da 61ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina. Na época, Verri falou sobre o propósito da nova gestão da empresa de investir recursos de cerca de R$ 1 bilhão (fatia brasileira da companhia) em projetos no Brasil, principalmente nas áreas social e ambiental.

Esse recurso de R$ 1 bilhão não é novidade, mas a diretoria anterior o utilizou para aplicar em infraestrutura. “A missão da Itaipu, e consta do Tratado [de Itaipu], tem uma ordem ambiental, social e de infraestrutura. Até esses últimos anos, estava quase que só em infraestrutura. A gente vai manter a ordem: ambiental, social e, se sobrar, infraestrutura”, afirmou Verri, na época.

Na última sexta-feira (4), o diretor-geral da Itaipu Binacional voltou a Londrina para um encontro com prefeitos da Amepar (Associação dos Municípios do Médio Paranapanema) para expor os planos da gestão da companhia para interiorizar investimentos no Paraná. Além da Amepar, o dirigente realizou reuniões com prefeitos de outras associações paranaenses.

“Estamos fazendo uma política ambiental para todo o Paraná. Nesta região, de forma específica, vamos ter recursos para ajudar os municípios, por exemplo, com recicláveis, organizando cooperativas, arrumar estradas rurais para que não tenham erosão. São políticas que ajudam a conter o assoreamento do Lago [de Itaipu]”, afirmou Verri.

Para o prefeito de Londrina, o encontro na Amepar, que representa 22 municípios, foi uma “ação histórica”. “Londrina está trabalhando muito no sentido de apresentar bons projetos e trazer essas melhorias para a cidade. Estamos conversando, por exemplo, em relação ao Parque Arthur Thomas, ao Parque Daisaku Ikeda, desassoreamento dos nossos lagos, revitalização dos fundos de vale”, listou Marcelo Belinati (PP).

Se em Londrina o Executivo já se debruça em uma “lista de desejos” a ser atendida com o recurso da binacional, prefeituras menores vão ter novamente de enfrentar o problema crônico de falta de pessoal qualificado para elaborar projetos. Sergio Onofre, presidente da Amepar, disse que a entidade vai providenciar ajuda aos municípios menores por meio de convênios como o firmado com a UEL (Universidade Estadual de Londrina). Dessa união, segundo Onofre, "três ou quatro" projetos já estão saindo do forno.

Trata-se de uma ajuda extremamente importante. Apresentar um projeto para captação de recursos segue complexidades que demandam pessoal preparado e com experiência nessa área.

Os municípios dispõem de diversas fontes de receitas, com as quais pagam os seus custos e fazem os investimentos necessários em saúde, educação, infraestrutura etc.

Mas há outras fontes de onde se pode captar recursos, por meio de projetos, como é o caso da proposta de Itaipu. Por isso, é preciso estar preparado para identificar essas fontes e conhecer o caminho para se candidatar efetivamente. Os convênios entre universidades e pequenos municípios é uma solução bem-vinda.

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