O preço médio de venda da gasolina vai subir nas refinarias a partir desta quarta-feira (25). A Petrobras autorizou reajuste de 7,4% e, segundo a estatal, o preço médio passará de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro.

É o primeiro reajuste após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ainda não conseguiu nomear no comando da estatal seu indicado, o senador Jean Paul Prates (PT-RN). A última vez que a Petrobras mexeu no preço da gasolina foi no início de dezembro, com corte de 6,1%.

O mercado já vinha cobrando o aumento do combustível por conta da defasagem em relação às cotações internacionais. Desde o fim do ano, com raras exceções, a Petrobras vinha vendendo o produto no país a preços menores do que no exterior.

E pelas contas da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o aumento desta quarta não será suficiente para cobrir a defasagem. Isso porque, segundo a associação, na abertura do mercado desta terça-feira (24), o preço médio da gasolina nas refinarias do país estava 14%, ou R$ 0,49 por litro, abaixo da paridade de importação, conceito que simula quanto custaria para trazer o produto do exterior.

O governo Lula, porém, tem afirmado que não seguirá o conceito de paridade de importação na venda dos combustíveis, já que o Brasil produz grande parte do volume que consome.

Em nota, a Petrobras diz que o aumento "acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio".

Na primeira semana de 2023, o litro chegou a bater R$ 5,12. Ao assumir, o novo presidente decidiu prorrogar por 60 dias isenção de impostos federais sobre os combustíveis para conter os efeitos inflacionário e os danos à imagem do governo que o retorno da cobrança provocaria.

Mas a partir de março, quando acabar a isenção dos impostos federais, a pergunta que os consumidores fazem é justamente se haverá caminhos para manter o preço da gasolina nos patamares mais baixos. Hoje, esse caminho passa justamente por perdas de arrecadação.

Caminhos precisam ser encontrados porque o preço em alta dos combustíveis impactam muito além do bolso dos proprietários de veículos. A pressão inflacionária da gasolina chega ao transporte, alimentação, construção civil, vestuário. Ninguém escapa.

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