Os primeiros resultados do Censo Demográfico de 2022, apresentados nesta quarta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), trouxe uma surpresa para especialistas e até para o presidente do órgão que faz a pesquisa, Cimar Azeredo. Trata-se da discrepância entre as estimativas do IBGE para a população brasileira e os números apresentados pelo Censo. A projeção era 207 milhões de habitantes e o instituto acabou apontando para uma população de 203,1 milhões.

Uma justificativa para o número abaixo do esperado pode ser a recusa de muitas famílias em receber os recenseadores e responderem à pesquisa, além do fato de que o período da coleta foi muito tumultuado, com Copa do Mundo, eleições, festas de Natal e Ano Novo e férias escolares. O Censo deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiado devido à pandemia da Covid-19.

Para os paranaenses, o principal recorte foi o apontamento de que o Estado ultrapassou o Rio Grande do Sul em número de habitantes. Em 12 anos, o Paraná ganhou um milhão de novos residentes, passando de 10.444.526 no Censo de 2010 para 11.443.208 pessoas na última pesquisa.

Destaca-se o fato de que o crescimento populacional paranaense, de 9,56% no período, foi maior do que a média nacional, de 6,5%. Agora, o Paraná passa a ser oficialmente o 5º Estado mais populoso do País e o primeiro da Região Sul.

O município mais populoso do Paraná é Curitiba, com 1.773.733 habitantes, sendo a 8ª maior cidade do Brasil em termos populacionais. O município de São Paulo continua o maior do país, com 11.451.245.

O segundo município mais populoso do Paraná continua sendo Londrina, com 555.937 moradores, seguido de Maringá (409.657); Ponta Grossa (358.367), Cascavel (348.051) e São José dos Pinhais (329.222).

Também chama atenção o crescimento populacional de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, cuja população passou de 81,7 mil para 148,9 mil nos últimos 12 anos, o segundo maior aumento proporcional entre os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes.

A recusa em responder ao Censo é motivo de preocupação e deve ser analisado melhor para que não volte a se repetir. Realizado a cada dez anos, trata-se da maior pesquisa sobre população no Brasil e é realizado a partir de visita em todos os domicílios, fazendo um retrato detalhado das condições socioeconômicas da população.

É a partir desse estudo que o poder público planeja diversas políticas sociais e econômicas, como a distribuição de vacinas e remédios, valor de repasses de verbas da União, entre outros programas.

No caso do Censo de 2022, um retrato bem nítido é a queda no ritmo de crescimento da população, configurado no tamanho da família brasileira, uma vez que, pela primeira vez, o número médio de moradores por domicílios ficou abaixo de três pessoas.

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