EDITORIAL: Planejamento financeiro para a aposentadoria
A pesquisa mostra ainda que o número dos que fazem reserva para a aposentadoria é muito baixo
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 26 de junho de 2024
A pesquisa mostra ainda que o número dos que fazem reserva para a aposentadoria é muito baixo
Adriana de Cunto
Metade dos brasileiros que ainda não se aposentaram acredita que o benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) será sua maior fonte de renda no futuro. Foi o que mostrou o Raio X do Investidor Brasileiro, pesquisa realizada pela Anbima (Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha. O percentual dos que acreditam que vão viver só com a renda do INSS cresceu seis pontos entre 2022 e 2023, saltando de 44% para 50%.
O levantamento ouviu 5.188 pessoas acima de 16 anos de todas as classes sociais entre os dias 6 e 24 de novembro de 2023, em todas as regiões do país. A margem de erro é de um ponto percentual para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Nas classes D e E estão o maior percentual de pessoas (59%) que acreditam que terão a renda da aposentadoria do INSS como sua maior fonte. Nas classes A e B, esse percentual fica em 38% e, na classe C, em 52%.
A pesquisa mostra ainda que o número dos que fazem reserva para a aposentadoria — um evento praticamente certo para qualquer cidadão economicamente ativo — é muito baixo. De cada dez, apenas dois guardam dinheiro para esse momento, seja em aplicações financeiras, poupança ou previdência privada.
O percentual é menor nas classes D e E, em 10%, mas também surpreende nas classes A e B, onde 32% dizem já ter começado uma reserva e os demais ainda não o fizeram. Na classe C, são 16%.
A falta de planejamento dos brasileiros para o período da aposentadoria é justamente o fator mais preocupante dessa pesquisa. Justamente porque muitos brasileiros, quando entram na aposentadoria do INSS, acabam reduzindo o padrão de vida. Alguns fatores que contribuem para essa queda são também os gastos, por exemplo, com remédios e planos de saúde, que aumentam com o envelhecimento.
A desigualdade social é cruel no Brasil e é claro que uma grande parcela da população não tem dinheiro suficiente para se manter no dia a dia, quanto mais poupar para a velhice. Mas existe uma parcela que poderia fazer movimentos nesse sentido, porém foi motivado a pensar financeiramente a longo prazo.
Tudo isso passa pela educação financeira. O básico para quem põe fé na Previdência Social como principal renda no futuro é entender as mudanças pelas quais essa instituição passou em 2019 por conta da Reforma Tributária. Aprendizado que vale tanto para quem trabalha com carteira assinada, cuja contribuição ao INSS é obrigatória, quanto para quem é autônomo, que escolhe fazer ou não a contribuição mensal.
Planejar a aposentadoria é uma atitude crucial e deveria começar quando o cidadão entra no mercado de trabalho. Poupar a longo prazo e o mais cedo possível para garantir estabilidade financeira no futuro é um bom negócio.
Obrigado por acompanhar a FOLHA!