O Ministério da Saúde lançou nesta semana uma campanha contra os cigarros eletrônicos, reforçando ações que marcaram o Dia Mundial Sem Tabaco, em 31 de maio. Entre essas ações estão depoimentos de influenciadores digitais usadas em campanha da ACT (Aliança de Controle do Tabagismo).

Ao chamar essas personalidades para o debate, a entidade busca dissuadir jovens do apelo do cigarro eletrônico, popularmente conhecido como vape e pod. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde),a utilização deles é maior entre crianças de 13 a 15 anos do que entre adultos.

Por conta disso, as autoridades da área de saúde do mundo todo querem buscar entender como as famílias podem abordar o assunto com crianças e adolescentes.

A psiquiatra Daniela Tassinari, especialista em tabagismo pelo Instituto Perdizes do Hospital das Clínicas, lembra que os cigarros eletrônicos foram inseridos no mercado mundial - inclusive no Brasil, onde existe proibição da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) - como uma proposta de redução de danos, uma vez que seria um produto "menos pior" que o cigarro de combustão comum. Estudos, porém, apontam riscos à saúde. Isso, aliado ao sabor mais palatável e aos formatos coloridos, dissocia ainda mais os vapes do que já se sabe sobre o cigarro.

O fato é que em um mundo onde as imagens de sedução do vape está ao alcance de um clique, conscientizar as crianças e jovens sobre os males que o cigarro eletrônico causam à saúde é desafiador. Porém, muito necessário.

As estratégias de marketing sofisticadas e a glamorização desses produtos nas mídias sociais têm seduzido toda uma geração. É fundamental, então, que pais, educadores e autoridades de saúde se unam para enfrentar esse problema de saúde pública com transparência, educação e empatia.

O diálogo em casa é essencial. Para falar com jovens e crianças sobre esses problemas, os adultos precisam fornecer informações claras e baseadas em evidências sobre os riscos do uso de tabaco e vapes.

Campanhas educativas devem ser promovidas pelo poder público, destacando não apenas os danos físicos, mas também o impacto psicológico e social do vício. É papel também das autoridades de saúde intensificar a regulamentação e fiscalização desses produtos. A proibição de sabores atraentes e a restrição da venda a menores de idade são passos essenciais para reduzir a atratividade dos cigarros eletrônicos. Os jovens precisam estar preparados para fazerem escolhas saudáveis.

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