EDITORIAL: Os prejuízos de uma obra pública parada ou atrasada
É comum enxergarmos esqueletos de concreto no lugar do que deveria ter um posto de saúde, um teatro, uma escola
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quarta-feira, 05 de julho de 2023
É comum enxergarmos esqueletos de concreto no lugar do que deveria ter um posto de saúde, um teatro, uma escola
Adriana de Cunto
Frequentemente, no Brasil, há casos de obras consideradas importantes que começaram a ser feitas, mas que não foram concluídas. Nos municípios, nas rodovias, é comum enxergarmos esqueletos de concreto no lugar do que deveria ter um posto de saúde, um teatro, uma escola, uma ponte.
Trata-se de uma questão muito séria que gera impacto à população, ou pelo dinheiro desperdiçado em projetos ou pela falta que o equipamento inacabado faz para o bem-estar da comunidade.
Também é frequente, no país, o atraso na conclusão de empreendimentos públicos. Em Londrina há obras nessa situação e podemos destacar duas. A primeira é o Teatro Municipal, que seria erguido com verbas do governo federal, mas foi abandonado em 2014 pela construtora responsável, virando símbolo de abandono na zona leste.
Em maio deste ano, a Secretaria Municipal de Cultura informou que o poder público londrinense vai contratar o arquiteto responsável pelo projeto para que faça adaptações e assim o projeto seja retomado, mas agora de maneira modular.
Outra obra problemática é a trincheira no cruzamento da avenida Leste-Oeste com a Rio Branco, na área central da cidade. Iniciada em janeiro de 2021, a construção deveria estar pronta em janeiro deste ano. Na semana passada, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) divulgou o resultado da auditoria de técnicos do órgão, que destacaram que no atual ritmo, a trincheira deve terminar apenas em abril de 2024.
A Prefeitura de Londrina notificou a empresa responsável pela trincheira sobre a abertura de um processo administrativo de penalidade , conforme a Folha de Londrina mostra na edição desta quarta-feira (5). A empreiteira corre o risco de ser multada em cerca de 5% sobre o valor total remanescente na data de abertura do processo, o que dá aproximadamente R$ 1 milhão.
Em documento que a reportagem teve acesso, a prefeitura lista sete problemas que foram identificados para justificar a medida, que pode resultar em punição. Entre as irregularidades está o número insuficiente de mão de obra com capacitação ou experiência, prejudicando o ritmo necessário de execução previsto em cronograma.
O município também listou o número baixo de equipamentos para realização dos trabalhos e maquinário parado sem substituição hábil.
Os motivos que levam à interrupção de uma obra são muitos. Vão desde problemas no planejamento até falta de dinheiro e falhas nos projetos. Encontrar soluções para evitar o aparecimento desses "elefantes brancos" que demoram para ser finalizados ou que são simplesmente abandonados deve ser prioridade para quem pensa em eficiência em gestão pública.
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