Frequentemente, no Brasil, há casos de obras consideradas importantes que começaram a ser feitas, mas que não foram concluídas. Nos municípios, nas rodovias, é comum enxergarmos esqueletos de concreto no lugar do que deveria ter um posto de saúde, um teatro, uma escola, uma ponte.

Trata-se de uma questão muito séria que gera impacto à população, ou pelo dinheiro desperdiçado em projetos ou pela falta que o equipamento inacabado faz para o bem-estar da comunidade.

Também é frequente, no país, o atraso na conclusão de empreendimentos públicos. Em Londrina há obras nessa situação e podemos destacar duas. A primeira é o Teatro Municipal, que seria erguido com verbas do governo federal, mas foi abandonado em 2014 pela construtora responsável, virando símbolo de abandono na zona leste.

Em maio deste ano, a Secretaria Municipal de Cultura informou que o poder público londrinense vai contratar o arquiteto responsável pelo projeto para que faça adaptações e assim o projeto seja retomado, mas agora de maneira modular.

Outra obra problemática é a trincheira no cruzamento da avenida Leste-Oeste com a Rio Branco, na área central da cidade. Iniciada em janeiro de 2021, a construção deveria estar pronta em janeiro deste ano. Na semana passada, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) divulgou o resultado da auditoria de técnicos do órgão, que destacaram que no atual ritmo, a trincheira deve terminar apenas em abril de 2024.

A Prefeitura de Londrina notificou a empresa responsável pela trincheira sobre a abertura de um processo administrativo de penalidade , conforme a Folha de Londrina mostra na edição desta quarta-feira (5). A empreiteira corre o risco de ser multada em cerca de 5% sobre o valor total remanescente na data de abertura do processo, o que dá aproximadamente R$ 1 milhão.

Em documento que a reportagem teve acesso, a prefeitura lista sete problemas que foram identificados para justificar a medida, que pode resultar em punição. Entre as irregularidades está o número insuficiente de mão de obra com capacitação ou experiência, prejudicando o ritmo necessário de execução previsto em cronograma.

O município também listou o número baixo de equipamentos para realização dos trabalhos e maquinário parado sem substituição hábil.

Os motivos que levam à interrupção de uma obra são muitos. Vão desde problemas no planejamento até falta de dinheiro e falhas nos projetos. Encontrar soluções para evitar o aparecimento desses "elefantes brancos" que demoram para ser finalizados ou que são simplesmente abandonados deve ser prioridade para quem pensa em eficiência em gestão pública.

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