Em novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reacendeu a polêmica sobre feriados e produtividade ao comemorar o fato de que 2024 terá menos feriados em dias úteis do que em 2023, dizendo que neste ano o PIB (Produto Interno Bruto) vai crescer um pouco mais porque os "feriados serão aos sábados".

Para alegria de uns e descontentamento de outros, em 2024 o número de feriados prolongados vai ser menor do que em 2023. Enquanto no ano passado foram dez, neste serão seis. A situação agrada alguns setores produtivos, como do comércio de rua, da indústria e da prestação de serviços. Já para o setor de turismo, gastronomia e lazer, o cenário pode apresentar redução na movimentação de clientes e visitantes.

Em Londrina, os feriados prolongados em 2024 são: Ano Novo (dia 1° de janeiro, segunda-feira); Carnaval (dias 12 e 13 de fevereiro, segunda e terça-feira); Paixão de Cristo (29 de março, sexta-feira); Corpus Christi (30 de maio, quinta-feira); Sagrado Coração de Jesus (7 de junho, sexta-feira); e Proclamação da República (15 de novembro, sexta-feira).

A FOLHA conversou com Angelo Pamplona, presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina). Ele explicou que existem quatro principais segmentos que são impactados pelos feriados prolongados, tanto positiva quanto negativamente. Segundo ele, um desses setores é a indústria, que precisa parar toda a sua cadeia produtiva durante o feriado, o que pode contribuir para uma perda no ritmo de produção.

A reportagem conversou também com Fábio Aguayo, presidente da Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas). Ele apontou que os feriados prolongados são "ótimos para o turismo local nas grandes cidades do Paraná, como Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu e Maringá, principalmente para restaurantes e bares, já que movimenta a cidade e todo o entorno". Já quando há uma redução nos feriados prolongados, o movimento chega a ser 40% mais baixo no setor, detalhou.

Não é simples analisar os prós e contras no número de feriados em um país com uma economia diversificada como a brasileira. Se por um lado a os feriados prolongados podem prejudicar a produtividade econômica, reduzindo o fluxo contínuo de operações na indústria e comércio, eles impactam positivamente o turismo interno.

É preciso levar em consideração a questão da saúde mental dos trabalhadores e dos empresários. A ausência de períodos de folga pode levar à fadiga do trabalho, prejudicando o bem-estar dos homens e mulheres que se dedicam às mais diversas atividades, o que, por sua vez, pode afetar também a produtividade a longo prazo.

Nesse sentido, buscar o equilíbrio é o mais sensato. Os dias de descanso devem ser vistos como uma grande oportunidade de equilibrar a vida profissional e pessoal.

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