O mês de agosto marcou a chegada de um novo período sazonal da dengue no Paraná, fechando um ciclo que se iniciou em 31 de julho de 2022 e que foi extremamente preocupante, com altos índices de casos e mortes pela doença. Nesses 12 meses, a dengue foi registrada em 367 municípios (91,9% do Estado) em todas as 22 Regionais de Saúde, com 341.015 notificações, 135.064 casos confirmados e 108 óbitos, segundo a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde).

De todos os municípios que tiveram registro de casos, Londrina (34.815) e Ibiporã (5.199), na Região Metropolitana de Londrina, Foz do Iguaçu (13.374), no Oeste; e Paranaguá (4.246), no Litoral, foram os locais com maior número de casos confirmados da doença. Em relação aos óbitos registrados, Londrina e Foz do Iguaçu lideram a lista, com 29 e 22, respectivamente.

O novo ciclo epidemiológico começou com um diferencial que preocupa. As notificações da dengue no Paraná avançaram no inverno, período em que normalmente a confirmação da doença tende a reduzir bastante. Além disso, o "veranico", com altas temperaturas fora de hora, aponta para uma condição propícia para proliferação do mosquito transmissor, podendo ganhar proporções maiores quando o verão se intensificar e o período mais chuvoso chegar.

Nesta quinta-feira (24), em passagem por Londrina, o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, se mostrou preocupado com a situação da dengue no Paraná e ressaltou o risco de o Estado viver no próximo verão uma “explosão de casos”.

O secretário demonstrou apreensão com a demora do governo federal em repassar o inseticida para a nebulização espacial, conhecida como "fumacê". Ele lembrou que o Estado está sem o produto há cerca de um ano e detalha que ações profiláticas e de prevenção são essenciais, mas que a população também precisa do veneno que mata os mosquitos adultos. “[O veneno] traz um fator psicológico de que as pessoas, ao verem alguém passando, elas começam a se cuidar mais”, explicou.

A pasta aguarda a chegada do inseticida para começar com as campanhas. Enquanto isso, a população precisa continuar pensando a prevenção de uma maneira comunitária, cada um cuidando da sua casa e também olhando o quintal do vizinho. Ações governamentais são importantes, mas o cidadão deve ter consciência de que a forma mais eficaz de prevenção é o combate aos focos do Aedes aegypti. Isso implica em manter a casa limpa, sem água parada, livre de objetos que podem se tornar criadouros para o mosquito.

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