A OMS (Organização Mundial da Saúde) fez um alerta importante sobre o aumento da incidência da obesidade. Segundo a entidade, em todo o planeta, a obesidade entre adultos mais que duplicou desde 1990 e quadruplicou entre crianças e adolescentes com idades entre 5 e 19 anos. Os dados, divulgados na sexta-feira (1) são baseados em estudo publicado pelo periódico The Lancet que revela que, em 2022, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo eram obesas enquanto 43% dos adultos estavam com sobrepeso.

Trata-se de uma grande preocupação e um sério problema de saúde pública. Na última segunda-feira (4) foi celebrado o Dia Mundial da Obesidade, data que tem como propósito conscientizar a população a respeito da doença e melhorar as políticas de combate a este problema de saúde.

Entrevistado pela reportagem da FOLHA para a edição de 4 de março, o médico Mariano Menezes, cirurgião bariátrico, disse que a principal orientação para quem está obeso é se reconhecer como uma pessoa acima do peso e entender que é uma doença que precisa de tratamento.

A cirurgia bariátrica, também conhecida como redução de estômago, é o procedimento que visa auxiliar no processo de emagrecimento. O número de cirurgias no Brasil em pouco mais de dez anos aumentou 115%, segundo dados compilados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

“A obesidade é uma doença crônica e progressiva, de difícil tratamento. É uma doença extremamente mórbida, porque existem mais de 90 doenças associadas. Quanto mais tempo esse paciente permanece obeso, maiores são as chances dessas doenças associadas irem aparecendo. Então, quanto antes tratar esse paciente, seja de forma clínica ou cirúrgica, melhor vai ser o resultado no futuro”, alertou o médico.

Ele lembrou ainda que o ideal é prevenir a obesidade por meio de hábitos saudáveis de vida, alimentação e prática esportiva regular. Também é importante que a prática de alimentação saudável esteja presente na vida das crianças desde bebês. Nesse sentido, cabe a regulamentação para o público infantil de anúncios de alimentos ricos em açúcar e gordura, além de colocar regras rígidas para a venda desse tipo de produtos nas proximidades das escolas. Sem esquecer de promover a educação física nas instituições de ensino.

A obesidade agrava os riscos de uma série de doenças crônicas, como a diabetes e a hipertensão. Na condição de um problema de saúde pública, ela deve receber muita atenção do Estado para desenvolvimento de projetos e campanhas de conscientização.

E o cidadão também deve ajudar, buscando informações sobre a obesidade e adotando hábitos de vida mais saudáveis.

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