A prévia da inflação em outubro, que apontou uma alta de 0,21%, tem um vilão identificado e já bem conhecido do brasileiro: o preço das passagens aéreas. O aumento desse produto foi de 23,75%, de acordo com dados divulgados nesta quinta (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O chamado IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) acumula uma alta de 3,96% no ano e de 5,05% em 12 meses.

Conforme a análise do IBGE, a alta das passagens aéreas respondeu por aproximadamente 77% do índice, correspondente a 0,16 ponto porcentual.

Conforme o IBGE, 7 dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta de preços em outubro. A maior variação (0,78%) e o principal impacto (0,16 ponto percentual) vieram de transportes pelo segundo mês consecutivo.

Os grupos saúde e cuidados pessoais (0,28%) e habitação (0,26%) também registraram alta e contribuíram com 0,04 ponto percentual cada. Por outro lado, os preços de alimentação e bebidas recuaram pelo quinto mês consecutivo (-0,31% e -0,07 ponto percentual).

Essa alta das passagens aéreas lembra que o governo brasileiro elabora um programa que tenta “democratizar” o transporte aéreo e dar mais dinamismo ao setor de turismo. É o "Voa Brasil", que tenta sair da gaveta com a proposta de vender passagens a R$ 200 para grupos específicos, como aposentados. Inicialmente, a previsão era que ele começaria em agosto.

Reduzir os preços das passagens aéreas no Brasil envolve não apenas uma medida, mas uma estratégia ampla. Existe a questão da carga tributária que incide sobre o setor e a necessidade de investir em infraestrutura aeroportuária, ação que contribuiria para a eficiência operacional das companhias, o que poderia impactar na redução dos valores.

Além disso, é necessário promover uma maior concorrência entre as companhias e incentivar o ingresso de empresas aéreas estrangeiras no mercado nacional, principalmente aquelas que implantam os chamados voos low cost.

Sem esquecer de também implantar políticas de fomento ao turismo interno e atração de investimentos no setor das aéreas. São duas medidas que podem contribuir para um aumento na demanda, o que, quando aliado a programas de eficiência operacional, devem resultar em redução sustentável nos preços das passagens.

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