Em muitas cidades brasileiras, independentemente do porte e da região do país, é comum a presença de trens de carga circulando na área urbana, convivendo com carros, motos, ciclistas e pedestres. Principalmente em cruzamentos, o perigo é real e o desafio é tornar essa relação mais segura.

É conhecido que os veículos sobre trilhos têm prioridade de passagem em área urbana, condição garantida por lei, pois os trens têm capacidade de manobra para parar rapidamente em um cruzamento, por exemplo. Por conta disso, a responsabilidade do cuidado e da atenção às normas recai fortemente sobre os motoristas e pedestres.

Tirar os trens de circulação do trânsito das cidades é a melhor opção, porém, essa solução esbarra em uma série de complexidades, como custo e planejamento.

A questão da presença dos veículos sobre trilhos dentro das cidades ganhou mais atenção após um acidente envolvendo um ônibus escolar e um trem, em março, em Jandaia do Sul, matando cinco pessoas.

Nesta sexta-feira (22) , a Prefeitura de Arapongas (Região Metropolitana de Londrina) realizou a simulação de um acidente em um cruzamento. A ação, que aconteceu no âmbito da Semana Nacional de Trânsito, mostrou como seria o atendimento a uma ocorrência envolvendo trem, ônibus e carro. A encenação contou com a participação da companhia ferroviária Rumo e de Forças de Segurança, como as polícias Militar e Civil e o Samu.

A intenção desse tipo de exercício é fazer o treinamento fake para não precisar executá-lo na vida real. E chamar a atenção da população para um acidente que poderia ser evitado.

Antes da simulação de sexta-feira, políticos da região de Londrina se reuniram no dia 14 de setembro para cobrar a concessionária Rumo e o Ministério dos Transportes sobre a responsabilidade pelos cruzamentos que cortam ruas e avenidas de 73 cidades paranaenses.

Organizada pelo deputado estadual Tiago Amaral, a reunião contou com o chefe de projetos da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário do Ministérios dos Transportes, Alex Trevizan.

De acordo com dados apontados por Trevizan, em todo o Brasil, das 40 passagens em nível com maior número de acidentes registrados nos últimos cinco anos, pelo menos 30 estão no Paraná.

A discussão sobre a viabilidade da retirada da malha ferroviária dos centros urbanos não é simples e leva tempo. Enquanto isso, é importante fazer ou reforçar as intervenções nas passagens em nível e pensar na construção de passarelas ou trincheiras. E promover campanhas que alertem a população para as normas de segurança.

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