EDITORIAL: O país do Carnaval também gosta de Páscoa
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023
Folha de Londrina
O mercado varejista quer driblar a inflação e a crise econômica nesta Páscoa e trabalha suas estratégias para vender mais chocolates em 2023 do que no ano passado. A antecipação da exposição dos produtos nas prateleiras (ou fixados no teto, no caso dos ovos) é a aposto de algumas lojas. Se o Natal é a principal data para o comércio em geral, beneficiando todos os setores, de brinquedos a cosméticos, de vestuário a eletrônicos e alimentos, a Páscoa costuma ser particularmente boa para as redes de supermercados.
Uma ida a algumas redes de supermercados de Londrina mostra que a Páscoa chegou (bem) mais cedo em 2023, apesar de no calendário ela constar em 9 de abril. E ainda nem é Carnaval. Em algumas lojas, as parreiras de ovos de chocolate começaram a ser montadas no final de janeiro e os consumidores já podem antecipar as compras. A oferta dos chocolates com tanta antecedência faz parte da estratégia para impulsionar as vendas. O setor varejista esperando alta de 5% a 10% no volume de vendas em relação à Páscoa de 2022.
Fontes da área de varejo de Londrina explicaram à reportagem da FOLHA que sair na frente é uma estratégia com os fabricantes para mostrar o sortimento todo para que as pessoas possam ter tempo e tranquilidade para comprar. Adquirir o produto com antecedência vai garantir que o consumidor leve o que deseja, mas há quem deseja esperar para os últimos dias e assim aproveitar as liquidações.
Mas o fato é que assim que os produtos começam a ser ofertados, as vendas acontecem. E quanto ao valor, em relação aos preços dos chocolates, os consumidores podem se preparar para gastar um pouco mais, os reajustes estão, em média, entre 6% e 7% sobre a Páscoa do ano anterior.
A cada ano, o mix de produtos em exposição no comércio está maior. Desde os ovos licenciados temáticos, presenteáveis, zero lactose, zero açúcar, caixas de bombons, coelhinhos até chocolates em barra. Sem falar, é claro, em outros itens bastante consumidos na quaresma, com maior ênfase na Sexta-Feira Santa, como peixes, bacalhau, azeites e vinhos, que no total das vendas da Páscoa detêm em torno de 20% de participação.
Saindo do âmbito dos supermercados, a notícia da recuperação judicial das Americanas mexeu com o mercado nacional do chocolate. Afinal, a loja se intitula "a maior varejista de chocolates do mundo" e a dona da "maior Páscoa do mundo". Para os "chocólatras" de plantão e para a indústria nacional do alimento, o alívio veio na semana passada. A empresa confirmou que vai ter Páscoa na Americanas, que entrou em acordo com os fabricantes e vai pagar pelo estoque à vista.
A Páscoa mexe mesmo com o Brasil e vem provando sua importância para o calendário de datas mais relevantes para o comércio. Que venham bons negócios!
Obrigado por ler a FOLHA!

