As vantagens para a saúde de consumir peixe regularmente vem sendo divulgada com frequência por médicos e nutricionistas. ​O Paraná quer ressaltar mais do que os benefícios desse alimento para prevenir, por exemplo, doenças cardíacas. O Estado, que já lidera o ranking nacional de produção de peixe, está divulgando os ganhos que os produtores terão ao investir no segmento.

Em 2022, a produção no Paraná ultrapassou as 182 mil toneladas, registrando um crescimento de 13% sobre o resultado do ano anterior, segundo dados do Deral (Departamento de Economia Rural), da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento). A Região Oeste se destaca nesse setor, com 82,46% do total da produção. A Região Norte ocupa a segunda colocação, mas muito atrás, com uma participação de apenas 6,60% nesse mercado.

Analisando justamente esse potencial de expansão na Região Norte, o IDR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná/Iapar/Emater) realizou a Tarde de Campo em Piscicultura, em Bela Vista do Paraíso, na Região Metropolitana de Londrina. A ideia é incentivar que mais pessoas dediquem parte de suas propriedades agrícolas à prática da piscicultura.

Se antes a piscicultura paranaense tinha no mercado o seu seu principal gargalo, hoje, com a chegada de indústrias de recebimento e processamento de peixes, o grande entrave está em conseguir produto em quantidade suficiente para atender a demanda. Ou seja, falta peixe.

Em 2021, a Cocari assumiu o abatedouro de peixes em Alvorada do Sul (Região Metropolitana de Londrina) e estabeleceu parceria com a indústria de alimentos Aurora para a distribuição da produção. A cooperativa também implantou o Projeto de Integração à Piscicultura para fomento da atividade, mas dois anos após a inauguração, a unidade ainda opera muito aquém da capacidade instalada. Para se ter uma ideia, a estrutura possibilita o abate de 36 toneladas ao dia, podendo chegar a 40 toneladas. Mas o frigorífico contabiliza atualmente seis toneladas/dia.

O evento do IDR teve como objetivo promover a piscicultura comercial no Norte do Paraná, apresentando as oportunidades de negócios que a atividade oferece. Nas palestras técnicas, produtores puderam conhecer as vantagens de investir nesse segmento como forma de diversificar a produção, aproveitando a água já existente em suas terras para escavar tanques destinados à engorda de tilápias. Segundo os técnicos do instituto, as boas perspectivas de rentabilidade com a piscicultura podem ajudar, inclusive, a conter o êxodo rural.

Nesta edição, a FOLHA traz reportagem que mostra as perspectivas da produção de peixe no Norte do Estado. E traz exemplos como o da produtora Vanessa Luiza de Mendonça Buccioli, que iniciou na piscicultura em 2021, em uma área ociosa de dois mil metros quadrados. A propriedade, destinada a gado leiteiro, está localizada em Bela Vista do Paraíso.

Se antigamente a piscicultura foi considerada uma atividade de lazer ou simplesmente um negócio secundário nas propriedades rurais, essa história tende a mudar. A atividade ganhou protagonismo e vem atraindo a atenção e os esforços de quem vê a produção de peixes como importante geração de renda.

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