Mais um ciclone extratropical, dessa vez formado no início da semana passada, causou tempestades e alagamentos no Rio Grande do Sul e trouxe à tona imagens que ninguém gostaria de ver. É extremamente triste contemplar pela TV e pelos jornais pessoas chorando a morte de familiares, a perda de suas casas, plantação e criação. Pessoas que viram os bens obtidos durante toda uma vida de trabalho serem levados pela chuva.

As autoridades de segurança do Rio Grande do Sul haviam contado até a tarde de domingo (10) 43 mortos, 46 desaparecidos e cerca de 15 mil desalojados/desabrigados. Neste domingo, o vice-presidente Geraldo Alckmin chegou ao Rio Grande do Sul, acompanhado de oito ministros e levando ajuda ajuda financeira do governo federal.

Do Paraná, 50 bombeiros seguiram para o Rio Grande do Sul neste domingo para ajudar nas operações de busca e salvação. Ele se juntariam aos outros 11 militares do Corpo de Bombeiros que seguiram antes para auxiliar os gaúchos. Vários órgãos estão em campanha para arrecadar donativos para os atingidos.

Os maiores números de vítimas foram registrados nos municípios de Muçum e Roca Sales. Passados os dias de chuvas mais intensas, a preocupação das autoridades é com a segurança alimentar dos milhares de desabrigados e desalojados e dos próprios voluntários. O fato de que pequenos agricultores perderam suas lavouras pode colocar em risco a oferta de alimentos na região.

Eventos climáticos severos como o ciclone extratropical que atingiu Brasil estão se tornando frequentes, tanto que não foi a primeira tempestade violenta a causar estragos no Rio Grande do Sul neste ano. Ao socorrer as vítimas, as autoridades devem se perguntar também como prevenir que esses fenômenos meteorológicos provoquem grande destruição.

Como cientistas vêm lembrando há muitas décadas, as mãos humanas estão por trás dessas manifestações extremas de um clima em desequilíbrio .

A queima desenfreada de combustíveis fósseis, o desmatamento indiscriminado e a industrialização descompromissada com a sustentabilidade são apenas alguns dos fatores que contribuem para o aquecimento global e a alteração de padrões climáticos.

Mas há esperança e ela está na nossa capacidade de mudar. Reduzir os impactos das ações humanas no planeta requer investir em fontes de energia renovável e incentivar a conservação dos recursos naturais. Além disso, a educação ambiental e a conscientização são ferramentas necessárias para mobilizar a sociedade em prol do meio ambiente e para ajudar as pessoas a repensarem o seu estilo de vida.

Obrigado por ler a FOLHA!