O Brasil começou a oferecer um exame inédito de sangue capaz de fazer um diagnóstico de Alzheimer ainda em suas fases iniciais. A doença é a principal causa de demência no mundo e mesmo que o procedimento ainda não faça parte da lista de condutas oferecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ou planos de saúde, a notícia deve ser comemorada.

O teste norte-americano PrecivityAD2 detecta proteínas que indicam se há presença de placas amiloides cerebrais, uma característica do Alzheimer.

O exame custa cerca de R$ 3.600 e precisa ser solicitado por um médico. A testagem é feita no Brasil por um laboratório em parceria com a fabricante C2N Diagnostics.

Como não é um exame de triagem, ou seja, não é indicado para check-ups, ele deve ser feito por pessoas que apresentam quadros de declínio cognitivo.

As amostras são coletadas e preparadas pelo laboratório e enviadas para análise nos Estados Unidos. O resultado é liberado em cerca de 20 dias. Inicialmente, serão feitos em São Paulo e depois gradualmente serão oferecidos em outros estados.

Esse procedimento representa um avanço justamente porque é um exame menos complicado e capaz de excluir a doença de Alzheimer diante de outras causas de comprometimento cognitivo, como depressão, apneia do sono, demência vascular e problemas metabólicos.

O novo procedimento é menos invasivo e mais barato que outro exame utilizado para avaliar o que pode estar causando, no paciente, problemas de memória e pensamento.

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem no Brasil com a doença de Alzheimer, um mal que ainda não tem cura e daí a importância do diagnóstico precoce para que se possa começar tratamentos farmacológicos e terapêuticos que possam reduzir a velocidade da progressão da doença. O diagnóstico precoce é sempre o primeiro passo.

Importante agora estudar uma maneira para que esse simples - mas revolucionário - exame de sangue chegue a mais pessoas por meio do SUS e dos planos de saúde.

A capacidade de identificar os primeiros indícios da doença tem implicações importantes para a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias, assim como impulsionar novas pesquisas e possibilitar uma janela de oportunidade para mudar o cenário de uma doença que, segundo a organização Alzheimer's Disease International, atinge em todo o mundo 50 milhões de pessoas, número que pode chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050, devido ao envelhecimento da população.

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