O enfrentamento da epidemia de dengue levou a prefeitura de Londrina a destinar cinco UBS (Unidades Básicas de Saúde) para atendimentos exclusivos relacionados à doença. A mudança passa a valer a partir desta quarta-feira (12). Serão referência para suspeita ou confirmação de dengue os postos do Maria Cecília e Vivi Xavier (norte), Ideal (leste), Ouro Branco (sul) e Santiago (oeste). As unidades vão funcionar das 7h às 22h, de segunda a sexta-feira, e das 7h às 19h, no sábado.

Na semana passada, a Secretaria Municipal de Saúde já havia direcionado a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim Sabará (zona oeste) apenas para a dengue, com atendimento diário durante 24 horas. Há alguns dias o aumento de casos da doença vinha pressionando o sistema de saúde em Londrina. Para se ter uma ideia da grande procura de pacientes com suspeita de dengue às unidades, a UPA do Sabará contabilizou na segunda-feira (10) 1.242 pacientes procurando consulta, o maior número desde a inauguração, em 2014. Dez médicos estavam trabalhando.

“A análise que a nossa equipe técnica nos trouxe aponta que pelos próximos 30 dias, por questões climáticas e curso natural da epidemia depois de instalada, permanecerão essas notificações (altas). Por isso, fizemos essa alteração na rede de atendimento”, justificou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.

Os postos referenciais para a dengue contarão com três médicos e as UBS que absorverem o atendimento geral das demais vão ter um profissional a mais. A exceção serão os pediatras e ginecologistas, que vão ser encaminhados para a unidade de referência. Machado não descartou a possibilidade da contratação de horas médicas se houver necessidade para complementar as escalas.

Neste ano já são 15.621 notificações de casos de dengue em Londrina, com 2.551 confirmados, 2.912 descartados, 10.158 ainda em análise e três óbitos. Cerca de 42% das positivações estão concentradas na zona norte, 20% na oeste, 13% na leste, 11,9% no centro e 8% na região sul.

O número de pessoas internadas em razão da dengue também tem crescido. Na semana passada eram 60 e nesta terça-feira (11) 129. Esse aumento é preocupante porque indica que os casos estão se agravando. A luz de alerta se acendeu faz tempo e agora é preciso correr atrás para mitigar os impactos que a epidemia está causando em Londrina e outros municípios que enfrentam o mesmo problema.

É preciso conscientização que o enfrentamento da dengue significa combater o mosquito Aedes aegypti e isso significa uma tarefa contínua e global, que envolve o coletivo. Poder público não vencerá sozinho, sem que a população fique atenta a sua casa (e dos vizinhos também) para eliminar os focos de água parada que poderão se transformar em criadouros do Aedes.

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