Os pagamentos que usam cartão por aproximação acabaram se popularizaram durante a pandemia da Covid-19 e vistos como uma vantagem pelo fato das pessoas não precisarem digitar as suas senhas. Mas hoje muita gente não vê com bons olhos a tecnologia que permite ao usuário pagar as contas apenas aproximando o cartão na maquininha. Os golpes são o motivo do descrédito.

Há quem diga que golpistas escondem maquininhas e se aproximam de pessoas, normalmente em locais lotados para tentar fazer operações sem que a vítima perceba. Recentemente, em resposta a uma reportagem do portal UOL, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços disse que os pagamentos por aproximação são seguros e que a entidade não tinha registro de casos de golpe em que o criminoso supostamente se aproximaria da vítima com uma máquina de cartão escondida.

Por outro lado, há um tipo de golpe que está preocupando autoridades do setor de segurança bancária e usuários dos cartões por aproximação. A Kaspersky, uma empresa de segurança em ambiente digital, denunciou que um grupo brasileiro de cibercriminosos, chamado Prilex, foi o primeiro no mundo a conseguir fraudar pagamentos por aproximação.

O novo programa malicioso (malware) do Prilex bloqueia o processamento da máquina quando o cliente aproxima o cartão, obrigando o comprador a inseri-lo. Começa, então, a segunda etapa do golpe: o malware se conecta com os criminosos e envia para eles, não para a instituição financeira, as informações de pagamento.

A Prilex é velha conhecida das empresas de segurança. Em 2014, ela já roubava dados de caixas eletrônicos. Mas no caso dessa última modalidade de golpe, os criminosos precisam ludibriar os donos dos pontos de venda com telefonemas, se passando por funcionários das empresas de maquininhas ou bandeiras de cartão.

Nesse contato, os membros do Prilex dizem precisar fazer manutenção em equipamentos e instruem a vítima a instalar uma ferramenta que dá acesso remoto ao computador, como fazem técnicos em geral. Com essa permissão, instalam o vírus que realiza a fraude.

Para o cidadão comum e o comerciante não há saída além de ficar esperto e desconfiar sempre. Na dúvida, ligar para o banco onde tem conta antes de passar informações pessoais, clicar em links desconhecidos ou baixar qualquer programa. E para quem usa cartão de crédito por aproximação, evite deixá-lo desprotegido, habilite os alertas no celular como uma forma de estar ciente de todas as operações feitas com seu cartão e determine um valor máximo para pagamentos na modalidade aproximação. Lembrem-se que os golpistas não descansam e nem tiram férias.

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