Londrina é uma das seis cidades selecionadas no Brasil para a implantação do método Wolbachia para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, Zika e Chikungunya. A primeira reunião para a implantação do modelo foi realizada na quarta-feira (10) com a presença de representantes do Ministério da Saúde, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) e da secretaria municipal de Saúde.

As outras cinco cidades que também irão receber a metodologia são Foz do Iguaçu (Oeste), Presidente Prudente (SP), Natal (RN), Uberlândia (MG) e Joinville (SC).

O método visa soltar mosquitos que contenham o micro-organismo da Wolbachia, uma bactéria que já é presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas que não está presente no Aedes aegypti.

Os mosquitos portadores da Wolbachia são produzidos pela Fiocruz, e a intenção é que, através do seu cruzamento com mosquitos selvagens, aumente o número de mosquitos portadores da bactéria, que bloqueia arbovírus. Isso irá diminuir proporcionalmente a quantidade de mosquitos contaminados com o vírus da dengue, Zika e Chikungunya.

A bactéria Wolbachia não pode ser transmitida para o ser humano e não causa qualquer impacto ao meio ambiente.

Luciano Andrade Moreira, pesquisador da Fiocruz e coordenador nacional da WMP (World Mosquito Program) no Brasil, instituição responsável por gerenciar e implantar o método nas cidades escolhidas, disse que as evidências mostram que há uma eficácia bastante alta para redução de arboviroses.

Buscar novas tecnologias como a implementação do método Wolbachia nas cidades brasileiras é extremamente importante para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Vale destacar que essa nova abordagem representa um avanço no controle biológico, oferecendo uma alternativa sustentável aos métodos tradicionais que frequentemente envolvem o uso massivo de inseticidas.

Além disso, como o pesquisador da Fiocruz ressaltou, a eficácia comprovada do método em reduzir a transmissão é alta onde vem sendo pesquisada. E a longo prazo, a estratégia também pode se revelar econômica e sustentável para a realidade de muitos municípios brasileiros.

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