Os dados populacionais do Censo 2022 apresentados na semana passada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) acenderam a luz de alerta em municípios brasileiros que perderam mais habitantes do que previam seus administradores. Um dos motivos dessa preocupação é em relação aos repasses do Fundo de Participação dos Municípios, que são calculados a partir da quantidade de moradores das cidades.

Além da questão do Fundo, cidades menores têm menos fontes de arrecadação e mais dificuldades para que seus prefeitos mantenham as contas em dia.

De maneira geral, havia a expectativa de que os primeiros resultados do Censo 2022 confirmassem a tendência de desaceleração no crescimento populacional. Mas a velocidade acabou surpreendendo até mesmo o IBGE.

Os dados revelaram uma população de 203.062.512 no Brasil, inferior aos 207.750.291 estimados pelo instituto numa prévia em dezembro. Mas desde que a pesquisa começou a ser feita, no final do século 19, a população brasileira não crescia tão pouco. O índice nesses últimos 12 anos ficou em 0,52%.

Das 25 cidades que compõem a Região Metropolitana de Londrina, 11 perderam moradores ao longo dos últimos 12 anos. Em termos percentuais, as cinco quedas mais expressivas foram em Porecatu (-18,%), Assaí (-15,6%), Tamarana (-12,6%), Rancho Alegre (-11,2%) e Uraí (-9,2%).

Entre os municípios que enfrentam o êxodo populacional, Assaí caiu de 16.354 habitantes em 2010 para 13.797 no levantamento finalizado pelo IBGE, como mostrou reportagem da FOLHA publicada segunda-feira (3).

“É um efeito muito ruim para nós tanto em matéria de arrecadação como em perspectiva de crescimento", disse o prefeito de Assaí, Tuti Bomtempo. Ele voltou a cobrar transporte coletivo integrado com a região metropolitana.

As dificuldades mostradas pelos primeiros resultados do Censo vão além da constatação de que somos menores do que pensávamos: já não somos mais tão jovens.

Estamos envelhecendo, condição que impõe muitos desafios para as cidades, seja de que tamanho forem. O principal deles está em aproveitar o que ainda temos de "bônus demográfico" (benefícios do contingente mais jovem na força de trabalho) e nos tornarmos mais produtivos e eficientes. Agora, só nos resta correr atrás do tempo perdido.

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