EDITORIAL: Nada menos que o bom
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sábado, 26 de agosto de 2023
Folha de Londrina
Foi conhecido nesta sexta-feira (25) o vencedor do leilão do primeiro lote de concessão de rodovias do Estado do Paraná. É a empresa Infraestrutura Brasil Holding XXI S.A, controlada pelo Grupo Pátria, que apresentou o maior desconto sobre o valor da tarifa básica.
O pregão, ocorrido na Bolsa de Valores brasileira, a B3, teve dois proponentes, a Infraestrutura Brasil Holding XXI S.A, do grupo Pátria, que venceu o certame com a proposta de 18,25% de desconto sobre o valor da tarifa básica de pedágio, e o consórcio Infraestrutura PR, que ofereceu 8,30%.
A concessão que vai vigorar pelos próximos 30 anos prevê que a Brasil Holding XXI execute 334 quilômetros de duplicações, 210 quilômetros de terceiras faixas, 41 quilômetros em vias marginais, além de ciclovias, passarelas e pontos de ônibus.
O lote 1 corresponde a 473 quilômetros, em trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427 que ligam a Região Metropolitana de Curitiba e a região central do Estado. O investimento previsto é de R$ 13,1 bilhões entre obras novas e custos de operação.
Dezoito municípios são atravessados pelo lote arrematado pela Brasil Holding. São eles, Prudentópolis, Porto Amazonas, Guamiranga, Teixeira Soares, Fernandes Pinheiro, Imbituva, Ipiranga, Ponta Grossa, Curitiba, Lapa, Irati, Palmeira, Campo Largo, Balsa Nova, Araucária, Contenda, Almirante Tamandaré e Colombo.
Os trechos contemplados têm, ao todo, cinco praças de cobrança em Imbituva, Irati, Porto Amazonas, São Luiz do Purunã e Lapa. O governador Ratinho Junior destacou a redução de 50% nos preços em comparação com a tabela vigente há dois anos no Anel de Integração.
A redução no valor da tarifa é muito importante para uma população que pagou caro por um pedágio implantado em 1997, na gestão do então governador Jaime Lerner, e concluído em 2021. Apesar do trauma do valor alto por um serviço de qualidade bastante questionável, é um alívio constatar que o embaraço da transição para um novo modelo de concessão está chegando ao fim.
Os dois anos sem o serviço de pedágio nas estradas que compõem o Anel de Integração mostraram uma infraestrutura sob exaustão, que acabou ainda mais dilapidada no enfrentamento de períodos de chuva forte que causaram sérios desabamentos de encostas, impactando a economia e trazendo preocupações para entidades que dependem do transporte rodoviário, como aquelas ligadas à indústria e agropecuária.
Esse foi o primeiro, dos seis lotes que vão à leilão. O paranaense espera pagar um preço justo para trafegar pelas estradas do seu Estado e conhece serviços de qualidade quando viaja, por exemplo, por São Paulo, que conta com rodovias bem servidas até mesmo de serviço de pontos de wi-fi que ajudam a melhorar a comunicação entre motoristas e operadoras em casos de emergência.
Em se tratando de estradas pedagiadas, o paranaense conhece o ruim, o caro, o mais ou menos e o aceitável . Esperamos, agora, nada menos que o bom.

