EDITORIAL: Megaoperação combate furto de fios de cobre
A cada notícia de uma nova ocorrência, a questão que se levantava era quem estava por trás desses crimes
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quinta-feira, 01 de junho de 2023
A cada notícia de uma nova ocorrência, a questão que se levantava era quem estava por trás desses crimes
Folha de Londrina
Um tipo de crime que virou rotina em Londrina e em muitas cidades brasileiras, o furto de fios de cobre cresceu exponencialmente nos últimos anos. As consequências, além do prejuízo financeiro, é o transtorno que causa à comunidade, como falta de energia e de serviços de telefonia e internet.
Em 2022 foram 2.843 furtos e roubos apenas na área central de Londrina. Entre janeiro e maio deste ano foram 1.094. As vias com maior incidência foram as ruas Benjamin Constant e Sergipe e a avenida Celso Garcia Cid.
Em junho do ano passado, a Polícia Civil prendeu três homens suspeitos de liderarem uma organização criminosa que agia em Londrina para roubar cabos de cobre e outros materiais elétricos. Na ocasião, estimava-se que o grupo tinha levado de empresas da cidade cerca de R$ 1 milhão nesses materiais. Entre as vítimas estava o almoxarifado da Copel, a Companhia Paranaense de Energia.
A cada notícia de uma nova ocorrência, a questão que se levantava era quem estava por trás desses crimes. Nesta quarta-feira (31), uma megaoperação deflagrada pelas polícias Civil e Militar e pela Guarda Municipal pode ter respondido essa pergunta. A ação das forças de segurança reuniu mais de 100 agentes de segurança, cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em residências e comércios do ramo de metais. Foram feitas prisões de suspeitos de envolvimento com furtos e roubos no centro de Londrina. Os alvos da operação Curto-Circuito era os receptadores de materiais de cobre e metal levados da área central.
No começo do ano foi instaurado um inquérito pela Polícia Civil para identificar criminosos responsáveis por receptar, furtar e roubar estabelecimentos, casas e transeuntes, levando produtos principalmente de cobre, como fios de energia, ares-condicionados, hidrômetros e tampas de bueiro.
Nesta quarta-feira, um dos detidos com mandado de prisão em aberto foi o dono de um ferro-velho localizado na Vila Rica, na zona oeste da cidade. Segundo a polícia, ele já era investigado em outra apuração, em que ficou evidenciado que encomendava a prática de furtos de objetos metálicos e fios de cobre. Isso significa que os furtadores agiam previamente sob o comando dele.
Em pontos comerciais que foram alvos da megaoperação policial foram encontradas lápides de cemitério, tampas de bueiros, hidrômetros da Sanepar, produtos que, segundo a polícia, não poderiam estar em um ferro-velho.
A expectativa das autoridades policiais e da população é que a operação desta quarta-feira e as prisões realizadas anteriormente tenham um efeito de inibir a prática criminosa de roubo de fios outros materiais de metal. Entre os prédios públicos alvo desses furtos estão escolas, unidades de saúde e centros de atendimentos do serviço social, que acabavam interrompendo as atividades até que o material fosse reposto.
A identificação e prisão dos comerciantes que vendiam o material roubado e a constatação de que há outros níveis de receptadores mostra que o furto dos fios de cobre e outros objetos de metal é apenas o fio do novelo. A operação mostrou que com estratégia, coordenação e cooperação entre as polícias é possível avançar no combate a esse tipo de crime, que envolve cifras milionárias.
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