Uma semana depois que a Petrobras anunciou redução de 12% no valor da gasolina de suas refinarias para as distribuidoras, o Procon de todo o país saiu às ruas para verificar e constatou o que sempre acontece no Brasil. Enquanto os aumentos de preço chegam com uma rapidez impressionante ao consumidor final, a recíproca não é verdadeira em se tratando de redução de valores.

Levantamento realizado pelo Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade mostrou que os preços da gasolina e do diesel ainda não tiveram repasses integrais no país. O Panorama Veloe de Mobilidade é parceria entre a empresa de gestão de frotas Veloe e a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Segundo o estudo, o preço médio da gasolina caiu R$ 0,22 por litro, enquanto a Petrobras esperava redução de R$ 0,29 por litro. Já o diesel S-10 recuou R$ 0,20 por litro, ante expectativa de queda de R$ 0,39 por litro. Os preços foram pesquisados em mais de 20 mil postos de combustíveis em todo o país.

No último dia 17, a Petrobras cortou o preço da gasolina em suas refinarias em R$ 0,40 por litro. O preço do diesel caiu R$ 0,44 por litro.

Os cortes foram anunciados logo após comunicado sobre mudança na política de preços dos combustíveis da estatal, que deixou de acompanhar o chamado PPI (preço de paridade de importação) e passou a mirar mais o mercado interno.

No anúncio de corte de preços, a Petrobras estimou quando cairiam os valores nas bombas, em uma ação pouco usual que é parte de um esforço do governo para forçar o repasse aos consumidores, de olho em redução da expectativa de inflação.

Diante do cenário pouco animador para quem abastece os veículos, na quarta-feira (24), a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça lançou um canal de denúncias sobre práticas abusivas de preços dos posto. A ação faz parte da campanha Mutirão do Preço Justo.

O governo diz que, até as 17h de terça (23), havia recebido 1.059 relatos, de todos os estados e do Distrito Federal. Minas Gerais aparece em primeiro na lista, com 149 denúncias.

O governo promete investigar "eventuais práticas abusivas e aplicar as sanções cabíveis aos infratores, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor".

O fato é que se o preço caiu na refinaria, não tem porque não diminuir para o consumidor final. Os motoristas devem denunciar as empresas que não estão cumprindo a parte delas e, principalmente, deixar de abastecer seus veículos nesses locais.

O consumidor consciente precisa fazer valer seu poder de escolher quem o respeita. É preciso garantir que a redução dos preços nas refinarias cheguem à população de forma eficaz.

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