No ano que vem tem eleição para prefeitos e vereadores e um bom critério que você pode começar a levar em consideração na hora de escolher candidatos ou candidatas é quanto às pautas deles sobre educação pública, área que agoniza no Brasil, como indica uma pesquisa da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Os dados da pesquisa foram divulgados nesta terça-feira (12) e colocam o Brasil em uma posição vexatória, principalmente para um país que almeja lideranças internacionais, mesmo que seja no próprio continente, a América do Sul.

Segundo estudo da OCDE, o total de gastos públicos por aluno da educação básica no Brasil é um pouco mais de um terço da realidade da média dos países ricos. O nível de investimento do país nesse quesito é o terceiro pior entre os 42 países avaliados.

O Brasil investe o equivalente a US$ 2.981 por aluno - o que leva em conta todos os investimentos públicos na educação pública, divididos pelo número de matrículas do ensino fundamental ao médio. Além de ficar bem abaixo da média da OCDE, que é de US$ 10.510 por aluno, o Brasil só supera o México e a África do Sul nesse indicador.

Education at Glance, o relatório produzido pela OCDE com dados de 2020, compara uma série de indicadores educacionais importantes. Vizinhos latino-americanos como Argentina, Colômbia, Chile e Costa Rica investem valores maiores no cálculo por aluno. Na ponta superior, estão Luxemburgo (US$ 23.577), Suíça (US$ 17.598) e Noruega (US$ 15.986).

Após o início da pandemia de Covid-19, o Brasil fez um caminho inverso ao adotado pelos países ricos que compõem a OCDE, com relação aos gastos com educação, aponta o relatório. O país reduziu, entre 2019 e 2020, em 10,5% o gasto público em educação enquanto o dispêndio em outros serviços aumentou 8,9%. Entre 65% e 78% das nações elevaram o orçamento para ao menos alguma das etapas da educação básica, enquanto o Brasil ficou em um grupo minoritário que não destinou mais recursos para nenhum segmento do ensino.

O relatório da OCDE também trouxe dados preocupantes sobre a trajetória escolar dos jovens brasileiros na comparação com outros países. Em relação aos chamados "nem-nem" (não estudam e não trabalham), o Brasil tem o sexto pior índice na faixa etária de 18 a 24 anos. Nesse quesito, o Brasil só fica à frente de África do Sul, Turquia, República Tcheca, Colômbia e Chile. A Holanda lidera positivamente, com apenas 4% de jovens nessa situação.

O momento é decisivo para a educação brasileira. Em mundo cada vez mais globalizado e com a economia conectada, países emergentes buscam atrair investidores e hoje essas nações se encontram em diferentes estágios de qualidade em relação ao ensino público.

Por isso, a agenda da educação precisa ocupar uma posição prioritária no Brasil, pois ela é a responsável pelas transformações sociais e econômicas de um país.

Obrigado por ler a FOLHA!