O PIB (Produto Interno Bruto), soma de todas as riquezas de um país, fechou 2023 com alta de 2,9% no Brasil. Isso significa que no ano passado a nossa economia alcançou um crescimento acumulado de 2,9%. Os dados do PIB de 2023 foram divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam alta de 3% para o período de 12 meses.

Considerando somente o quarto trimestre de 2023, o PIB ficou estagnado (0%) em relação aos três meses imediatamente anteriores, disse o IBGE. Nesse recorte, a expectativa mediana de analistas era de variação de 0,1%, conforme a Bloomberg.

O ano de 2023 foi o primeiro do atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PIB contou com impulso da agropecuária. Analistas econômicos apontam também que a atividade econômica foi ainda beneficiada em 2023 pela retomada do mercado de trabalho. A abertura de empregos e a melhora da renda, aliadas à trégua da inflação, ajudaram o consumo.

O governo ainda apostou em medidas como a transferência de recursos via Bolsa Família para camadas mais pobres da população.

O patamar elevado dos juros, por outro lado, representou um entrave para um avanço maior do consumo. O ciclo de cortes da taxa básica, a Selic, só teve início em agosto. As atenções se voltam agora para o PIB de 2024. A expectativa, por ora, é de desaceleração. Analistas do mercado projetam um avanço de 1,75%, segundo a mediana da edição mais recente do Focus, publicada na terça (27) pelo BC.

As estimativas, contudo, vêm subindo. Ao final de 2023, por exemplo, o mercado esperava um crescimento de 1,52% para o PIB de 2024.

Há um problema importante para se preocupar. Em 2024, a atividade econômica não deve contar com o mesmo impulso que a agropecuária deu no ano passado, já que fenômenos climáticos extremos estão sendo responsáveis pela quebra da safra 2023/2024.

Por isso, manter esse ritmo de crescimento é um desafio, diante mesmo da necessidade de buscar estabilidade e sustentabilidade econômica a longo prazo. Lembrando que estamos em um período marcado por adversidades e conflitos globais que impactam o crescimento de muitos setores, além das nossas próprias dificuldades internas (baixa produtividade, desafios logísticos, problemas estruturais, alto custo da máquina pública, entre outros).

E analisando os nossos próprios entraves, a saída é o governo federal fazer o dever de casa para garantir um bom ano de 2024, controlando as despesas, gastando com eficiência, realizando as reformas estruturais necessárias, reduzindo juros, trabalhando o equilíbrio fiscal e buscando se comprometer com a agenda ambiental que atue na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

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