EDITORIAL: Cresce apreensão de cigarros eletrônicos
Seria muito interessante que o Ministério da Saúde fizesse campanhas alertando sobre os problemas que o cigarro eletrônico causa à saúde
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segunda-feira, 30 de janeiro de 2023
Seria muito interessante que o Ministério da Saúde fizesse campanhas alertando sobre os problemas que o cigarro eletrônico causa à saúde
Folha de Londrina
Os problemas à saúde causados pelo tabagismo são bastante divulgados pelas autoridades médicas. Na esteira da campanha contra o fumo, o Brasil viu crescer o consumo do cigarro eletrônico, principalmente entre os jovens. Se em um primeiro momento, o dispositivo passou uma imagem inofensiva, saiba que médicos de várias especialidades vêm alertando que o cigarro eletrônico pode provocar consequências tão nocivas quanto o cigarro comum.
Embora esses alertas venham sendo feitos com frequências - a Folha de Londrina já produziu várias reportagens sobre o assunto -, o consumo de cigarros eletrônicos não dá sinais de queda. Em 2022, a Receita Federal de Londrina apreendeu 67.109 desses dispositivos. O trabalho representa um crescimento de 103% em relação aos materiais confiscados em 2021, que totalizaram 33.041. Lembrando que a instituição abrange 68 municípios da região metropolitana e do Norte Pioneiro.
Em comparação com a regional de Londrina, o crescimento da apreensão no Paraná é maior. Segundo a Receita Federal, o aumento no Estado chegou a 172%, passando de 231 mil para 629 mil entre um ano e outro.
No Brasil, uma resolução de 2009 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a comercialização, importação, fabricação e a propaganda de qualquer dispositivo eletrônico para fumar, entre eles o cigarro eletrônico. “É uma questão de saúde pública”, alertou o delegado da receita em Londrina, Reginaldo Cézar Cardoso.
Na avaliação do delegado, a disparada nas apreensões é resultado das ações de inteligência. “Houve algumas operações específicas, com informações de inteligência, que foram voltadas para grandes contrabandistas destes tipos de produtos e também pelo aumento das apreensões de passagem, que são os carros e caminhões que passam pela nossa região”, destacou.
Uma pessoa que for flagrada, por exemplo, transportando estes produtos pode ter o veículo e os dispositivos apreendidos e responder pelo crime de contrabando, que tem pena prevista de dois a cinco anos de prisão. A lei ainda prevê que a pena seja aplicada em dobro nos casos em que o crime seja cometido por meio de transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
Seria muito interessante que o Ministério da Saúde fizesse campanhas alertando sobre os problemas que o cigarro eletrônico causa à saúde, desmistificando inclusive os apelos que o dispositivo exerce entre o público jovem, como a aparência tecnológica, que acaba funcionando como um atrativo para essa faixa etária.
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