O primeiro Carnaval sem restrição e cancelamentos após a pandemia chega cheio de expectativa e custando mais caro. Uma pesquisa realizada em algumas das maiores cidades do Brasil apontam que produtos consumidos neste próximo feriadão estão com preços mais salgados.

O levantamento foi feito pelo economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), a pedido da Folha de S. Paulo. Segundo a análise da equipe do professor, a inflação do Carnaval acumulou alta de 14,58% em 12 meses até janeiro. A cesta abrange 21 itens que costumam ser consumidos por foliões e que integram o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal).

No mesmo período, o IPC-S avançou 4,3% em termos gerais. Ou seja, a maior parte dos preços de Carnaval subiu acima da inflação média. Segundo o pesquisador, essa alta acontece devido à retomada da demanda nos últimos meses. Por essa lógica econômica, quando a procura por bens ou serviços aumenta, os preços também costumam avançar.

O índice é calculado pelo FGV Ibre em sete capitais (Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador), todas com tradição de festas carnavalescas.

No caso do paranaense que viajar a um tradicional destino carnavalesco, é bom preparar o bolso. Mas seria ingênuo pensar que essa inflação do Carnaval não respinga no restante do país. Basta considerar que dos 21 itens da cesta de Carnaval elaborada por Braz, a passagem aérea teve a maior alta nos últimos 12 meses: 46,49% - maior impacto na inflação da cesta dos foliões.

O transporte por aplicativo, por sua vez, subiu 10,84%, a segunda maior variação, seguido pelos preços de hotel (10,75%).

Na sequência, aparecem tarifa de táxi (8,94%), doces e salgados (8,86%), outras bebidas alcoólicas (8,76%), refeições em bares e restaurantes (8,52%), sucos de frutas (7,76%), refrigerantes e água mineral (7,67%) e sorvetes fora de casa (7,55%).

Cerveja e chope tampouco escaparam da carestia. Nos últimos 12 meses, os preços desses itens avançaram 7,40% fora de casa, de acordo com o levantamento.

No entanto, a inflação, parece não tirar o ânimo de um setor que tem no Carnaval o seu Natal. É o turismo, que espera movimentar R$ 8,18 bilhões em 2023, segundo projeção da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

É a volta a todo vapor de um dos mais importantes feriados nacionais para a economia do Brasil, movimentando comércio, bares e restaurantes e influenciando positivamente o cenário econômico.

Obrigado por ler a FOLHA!