Há seis ou oito anos não havia toda a conscientização sobre fake news que temos atualmente, com muitas ações de esclarecimento sobre o que são notícias falsas, como identificá-las e como não cair nessas armadilhas.

Mas os tempos mudaram e não há mais desculpa para um cidadão consciente de seus direitos e deveres "cair" em uma notícia falsa.

A Folha de Londrina tem produzido muitos conteúdos sobre desinformação e seus jornalistas também já realizaram palestras em escolas e outros órgãos para ressaltar os perigos que as fake news representam para a sociedade, para as empresas, as pessoas comuns e para a democracia.

As manifestações do último domingo (8) em Brasília que acabaram em depredação dos prédios do Palácio do Planalto, do Senado e do STF (Supremo Tribunal Federal) é uma mostra nítida dos males que a desinformação pode provocar à sociedade.

Nesta terça-feira (10), a Folha de Londrina rapidamente usou as técnicas de checagem de informação para derrubar notícia falsa que circulava nas redes sociais dizendo que uma mulher de 77 anos havia morrido no local onde os manifestantes estavam presos.

Essa é uma das funções do jornalismo profissional: combater a desinformação e levar notícia de qualidade para os seus leitores.

Alguém tem dúvida de que entre os mais de mil detidos pela polícia, em Brasília, estão pessoas ludibriadas por mensagens enganosas, como compartilhadas à exaustão na época das eleições, falando, sem comprovação, que as urnas eletrônicas não eram seguras?

As consequências da participação nos atos de vandalismo são amargas. Mesmo quem não foi preso, mas teve a sua imagem compartilhada em vídeos, fotos e relatos pelos próprios manifestantes, pode ser demitido por justa causa, segundo avaliação de advogados. A dispensa, neste caso, é por falta grave e o homem ou mulher que participou da invasão dos prédios públicos pode ser desligado sem direito à multa de 40% sobre o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), saldo de férias e 13º proporcionais ou aviso prévio. Também não poderão acessar o seguro-desemprego.

Não sem razão, as notícias falsas e a desinformação são consideradas por muitos o mal do século 21. Elas derrubam governos, destroem vidas, interferem em eleições. No caso da invasão da Praça dos Três Poderes, elas ajudaram a construir uma narrativa que levou as ações às últimas consequências, deixando de serem pacíficas e partirem para a depreciação do bem público.

Que esse episódio possa ser o ensinamento de que os prejuízos da desinformação vão muito além uma brincadeira de mau gosto.

Obrigado por lera a FOLHA!