Quem viaja pelo Norte do Paraná poderá encontrar três capitais nacionais temáticas, como é o caso de Apucarana, considerada Capital Nacional do Boné, e Arapongas, que acabou de ser homenageada com o título, no final de novembro, graças ao seu parque industrial moveleiro. No Norte Pioneiro, Carlópolis, foi reconhecida como a Capital Nacional da Goiaba de Mesa.

Esses três municípios fazem parte de um total de nove cidades paranaenses reconhecidas por leis federais como capitais nacionais temáticas. Além de Arapongas, Apucarana e Carlópolis, temos Castro, reconhecida por sua produção de leite; Cerro Azul, que se destaca na produção de poncã; Cruz Machado, com a erva-mate sombreada; Nova Aurora, pela criação de tilápia; Nova Esperança, com a produção de seda; e Terra Roxa, destaque na moda para bebês.

Arapongas, na Região Metropolitana de Londrina, foi a última a ser reconhecida e oficializada como Capital Moveleira Nacional, título concedido pelo governo federal no último dia 23 de novembro, a partir da publicação da Lei 14.728/2023, resultado de projeto de lei que tramitou no Congresso Nacional.

Desde 2006, a oficialização de municípios brasileiros como “capitais nacionais” de algum produto, atividade econômica ou evento histórico, cultural e esportivo é feita por meio de leis federais. A primeira delas foi Passo Fundo (RS), declarada Capital Nacional da Literatura. A cidade sedia, desde 1981, a Jornada Nacional de Literatura.

Depois do município gaúcho, dezenas de cidades brasileiras já conquistaram um título dessa natureza e outras dezenas estão na fila, com projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional, à espera da oficialização. O desejo pelo reconhecimento se fundamenta não apenas no fato de a concessão do título ser um motivo de orgulho para os municípios, reforçando a identidade de suas populações, mas também por se tornar um atrativo turístico e econômico.

Entre elas está Londrina. Um projeto de lei proposto em 2019 pela deputada federal Luísa Canziani (PSD-PR) reivindica o título de Capital Nacional da Economia Criativa. O projeto caminha na Câmara Federal e a última movimentação aconteceu em 21 de setembro, com o envio da proposta à Comissão de Cultura da Casa que tem como relator o deputado federal Fernando Francischini (União-PR).

A expectativa de Canziani é que o PL possa ser votado na comissão no primeiro semestre do ano que vem. Junto com Londrina, outras quatro cidades aguardam o título. A capital, Curitiba, reivindica o reconhecimento pela arte em mosaico e pela anticorrupção; Faxinal quer ser reconhecida por suas cachoeiras; Floresta quer a certificação pelo milho safrinha; e Maringá espera a oficialização pela via do associativismo.

Ao analisarmos as cidades reconhecidas como capitais nacionais de um produto, serviço ou característica, temos um mapa da cultura regional. Esse título pode ter várias implicações e benefícios, tanto econômicos quanto culturais, como a promoção do produto, o desenvolvimento econômico, incentivo ao turismo, reforço da tradição e identidade cultural, diferenciação competitiva e orgulho do seu povo.

E sentir orgulho da cidade onde mora é muito bom porque fortalece a identidade do cidadão e o senso de pertencimento com o local onde vive, contribuindo para uma sensação forte de comunidade.

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