Falar sobre abuso sexual infantil não é uma tarefa simples. Mas esse é um tema que escolas e pais devem discutir, apesar de que algumas famílias encaram o assunto como tabu. Além disso, muitas vezes as as crianças e adolescentes ficam em silêncio e, conforme a idade, não compreendem que são vítimas de um crime.

Os números referentes ao abuso sexual infantil no Brasil apontam que o agressor está dentro da casa onde a vítima mora. De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, apresentado no dia 18 de maio, no período de 2015 a 2021, foram notificados 202.948 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, sendo 83.571 contra crianças e 119.377 contra adolescentes. Dezoito de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Em 2021, o número de notificações foi o maior registrado ao longo do período analisado, com 35.196 casos. O boletim mostrou ainda que a residência das vítimas é o local de ocorrência de 70,9% dos casos de violência sexual contra crianças de 0 a 9 anos de idade e de 63,4% dos casos contra adolescentes de 10 a 19 anos. Familiares e conhecidos são responsáveis por 68% das agressões contra crianças e 58,4% das agressões contra adolescentes nessas faixas etárias.

A maioria dos agressores é do sexo masculino, responsáveis por mais de 81% dos casos contra crianças de 0 a 9 anos e 86% dos casos contra adolescentes de 10 a 19 anos. As vítimas são predominantemente do sexo feminino: 76,9% das notificações de crianças e 92,7% das notificações de adolescentes nessas faixas etárias ocorreram entre meninas.

Considerando a grandeza desses números, é muito importante a notícia de que os municípios estão aproveitando a campanha "Maio Laranja" para dar visibilidade ao assunto e discuti-lo com a comunidade. É o caso da Prefeitura de Londrina que, junto com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, realiza ações no sentido de alertar e conscientizar as famílias sobre como proteger os filhos do crime de abuso sexual infantil.

Não é possível combater um problema sem conhecê-lo. É preciso discutir a violência sexual contra crianças e adolescentes para que pais e educadores consigam identificar sinais de que uma criança é vítima de abuso e saber a quem denunciar.

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