EDITORIAL: A agricultura e o enfrentamento das mudanças climáticas
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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024
Folha de Londrina
Os impactos cada vez mais intensos das mudanças climáticas e as consequências delas na agropecuária estão despertando e obrigando que os produtores rurais se adaptem para enfrentar os desafios impostos pelo excesso de calor e chuva.
O calor e a seca intensa que vêm castigando o Norte do Paraná desde dezembro do ano passado acenderam o sinal de alerta e as autoridades ligadas ao agronegócio estão prevendo uma importante quebra de safra da colheita 2023/2024.
Nesta edição, a FOLHA traz reportagem sobre o calorão e a soja, principal commodity brasileira, cultura que enfrentou temperaturas tão altas em algumas partes do estado que uma parcela da produção secou nas lavouras.
O fato é que a agricultura, que sempre dependeu das condições climáticas previsíveis, precisa agora enfrentar uma nova realidade, em que a extrema variabilidade climática impõe uma grande imprevisibilidade, um cenário que pode se tornar uma norma.
Especialistas alertam que o excesso de calor pode levar à desidratação das plantas, redução da fertilidade do solo e diminuição da produtividade das colheitas. O outro extremo, as chuvas intensas, pode resultar em inundações, erosão do solo e propagação de doenças e pragas.
A reportagem que a FOLHA traz nesta edição mostra que a pouca chuva em cidades da região norte do estado está levando a uma previsão de quebra superior da safra a 30% em relação a uma média histórica da colheita.
O cenário foi visto entre o final de dezembro e o início de janeiro, quando produtores rurais já aguardavam o que chamam de veranico. Mas, com El Niño e em contexto de crise climática, o conhecido veranico ganhou força, pegando agricultores de surpresa.
Pesquisadores falam da necessidade urgente dos produtores rurais adotarem práticas agrícolas adaptativas e sustentáveis para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Isso inclui a implementação de técnicas de conservação do solo, como plantio direto e rotação de culturas, que ajudam a proteger o solo da erosão e a melhorar sua capacidade de retenção de água.
Alerta-se também para a adoção de sistemas de irrigação eficientes e o cultivo de variedades de plantas resistentes ao estresse térmico e hídrico, essenciais para garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade a longo prazo.
A adaptação da agricultura às mudanças climáticas é responsabilidade de todos, dos governos, instituições de pesquisa, universidades, setor privado, entre outros. É fundamental criar políticas e programas que incentivem a resiliência climática no setor agrícola e na economia, de uma maneira geral. Lembrando que estamos falando de segurança alimentar global e sustentabilidade ambiental.
Obrigado por ler a FOLHA!