O Brasil recebe, com frequência, pessoas de outras nacionalidades em situação de refúgio e o Paraná é um dos estados que têm aberto as portas para abrigar pessoas que por diversos motivos se veem em perigo em seus países de origem e precisam de acolhida em outros territórios. Os motivos que os levam para essa movimentação pode ser, entre outros, político, conflitos internos, guerras e vulnerabilidade social.

No dia 5 de janeiro, um voo trouxe 140 venezuelanos ao Paraná, na leva mais recente de refugiados daquele país. Eles decolaram do aeroporto de Boa Vista (RR) e chegaram a Curitiba. A estratégia de interiorização faz parte da Operação Acolhida, criada pelo governo federal com apoio de agências da ONU (Organização das Nações Unidas) e organizações da sociedade civil para responder ao fluxo de venezuelanos na fronteira em Roraima.

Desde abril de 2018, o Paraná acolheu 16,3 mil venezuelanos pela operação e o ápice no número de pessoas da Venezuela que chegaram ao estado, por mês, ocorreu em outubro do ano passado, quando 621 desembarcaram por aqui.

Londrina é o oitavo município que mais acolhe venezuelanos no Estado. A cidade recebeu 406 pessoas desde o início do projeto, 101 delas chegaram no ano passado. Curitiba lidera, com 5.992, seguido por Cascavel (1.929), São José dos Pinhais (1.083), Maringá (775), Colombo (682), Araucária (511) e Foz do Iguaçu (413).

Em todo o Brasil, 91.952 venezuelanos foram interiorizados em 896 municípios em quatro anos. A Região Sul é a que mais recebeu imigrantes venezuelanos, com o acolhimento de 48.528 pessoas. Entre os estados do Sul, Santa Catarina lidera com 18.200. O Rio Grande do Sul acolheu 14.022 venezuelanos.

O porta-voz e assessor de comunicação do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) no Brasil, Miguel Pachioni, disse que o Paraná tem sido protagonista na recepção de novos fluxos de pessoas, não só de venezuelanos. “Quando a gente olha para a vinda das pessoas da Ucrânia em busca de proteção no Brasil é o estado, sem dúvida alguma, mais emblemático do acolhimento dessas novas populações, em especial dos ucranianos”.

Ele lembrou que em 2022, o mundo atingiu o número de mais de 100 milhões de pessoas forçadamente deslocadas de seus países de origem. Um número extremamente alto que, segundo o porta-voz da Acnur, nunca havia chegado a esse patamar.

"A gente está falando que uma em cada 78 pessoas no planeta foram forçadas a se deslocar até o fim do ano anterior. São números difíceis da gente assimilar”, declarou.

O Brasil possui uma política importante de acolhida ao refugiado, mas mesmo assim o processo de acolhida é complexo e os homens e mulheres que buscaram o Brasil para viver encontram muitas barreiras. Há dificuldades na adaptação social e cultura, na resistência por parte da população brasileira, sem falar nas dificuldades de linguagem e econômicas.

Mesmo tendo uma boa política de acolhida, sabemos que podemos melhorar. Principalmente porque pelo tamanho do nosso território e pela importância do Brasil no cenário internacional, é possível que teremos mais fluxos migratórios nos próximos anos, pois já se prevê para o futuro não distante o aumento do número de refugiados devido à crise ambiental.

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