O "roteirista do Brasil" continua dando um baile em muitos cineastas hollywoodianos e a fuga e captura de dois detentos da penitenciária federal de Mossoró tem todos os ingredientes para virar um filme ou série.

Depois de 50 dias e R$ 6 milhões gastos nas operações de buscas, a Polícia Federal prendeu os dois membros da facção criminosa Comando Vermelho que estavam presos na unidade de segurança máxima do município do estado do Rio Grande do Norte.

Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Tatu ou Deisinho, estavam em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde as regras são mais rígidas que as do regime fechado. Nesse tipo de ala há um local para o banho de sol para que os detentos não tenham contato com outros presos.

A fuga foi um fato inédito em presídios federais e ocorreu na madrugada do dia 14 de fevereiro. Ela expôs o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a uma crise justamente em um tema explorado por adversários políticos, que é a segurança pública. E colocou em teste a gestão de Ricardo Lewandowski com apenas 13 dias à frente do Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

Nos 50 dias em fuga, os dois líderes do crime organizado percorreram 1.620 quilômetros e atravessaram quatro estados até chegar à cidade de Marabá, no Pará, onde foram recapturados.

Mais de 600 policiais foram envolvidos na operações, incluindo cem integrantes da Força Nacional. Helicópteros e drones foram usados nas buscas.

Lewandowski comemorou o sucesso da operação afirmando que "não foram disparados tiros, não houve feridos e nem mortos entre policiais, fugitivos e população”, disse Lewandowski. Certamente, um bom motivo para orgulhar-se, levando em conta que os criminosos estavam fortemente armados na hora da captura.

Mas a operação será mesmo um sucesso quando as pessoas que ajudaram na fuga (agentes penitenciários ou funcionários da unidade ou pessoas de fora) sejam identificadas e punidas.

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