Para algumas pessoas pode parecer uma medida simples, mas descer do ônibus à noite, mais perto de casa, significa segurança para as mulheres. Por isso, foi bastante importante a aprovação, em segundo turno, na terça-feira (2), pela Câmara Municipal de Londrina, do projeto de lei nº 265/2021 que amplia horário para que mulheres e idosos desembarquem dos ônibus fora dos pontos fixados pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) em Londrina.

Atualmente, o período para o desembarque especial é das 23h às 5h e agora o horário poderá ser estendido em duas horas, passando a ser permitido das 21h às 5h. O objetivo da proposta das vereadoras Flávia Cabral (PTB) e Mara Boca Aberta (Pros) é trazer mais segurança a essa população que utiliza o transporte coletivo neste período e que acaba tendo que desembarcar longe de casa.

A proposta seguiu para sanção do prefeito Marcelo Belinati e a ampliação do horário agradou as londrinenses, conforme a Folha de Londrina apurou em reportagem que está sendo publicada na edição desta quinta-feira (4). Nas ruas a notícia tem agradado as mulheres.

“Tudo que vem para a segurança da mulher é válido. Lembro que quando eu utilizava bastante o ônibus à noite, meus pais me esperavam no ponto para irmos juntos de volta para casa. Sempre foi e vai ser perigoso. É preciso diminuir esse risco ao máximo”, disse à reportagem a usuária do transporte público Marta Garcia.

Para a secretária municipal de Políticas para as Mulheres de Londrina, Liange Hiroe Doy Fernandes, a proposta é extremamente importante porque as mulheres são parte da população mais vulnerável.

"Sabemos que, em muitos casos, essas violências acontecem no trajeto entre o trabalho e a casa dessas mulheres porque os agressores sabem que elas irão descer em determinado ponto. Sendo assim, podendo descer mais perto de suas residências, elas poderão contar com um pouco mais de segurança”, acrescenta.

Em âmbito nacional, as mulheres conquistaram um avanço, em maio deste ano, quando o Senado aprovou projeto de lei que inclui um plano específico de proteção às mulheres na Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social.

Ele estabelece ações específicas em matéria de segurança pública, dedicadas ao combate à violência contra a mulher e um fator importante é que busca a criação de políticas de Estado no combate a essa violência, sem depender da vontade de governos específicos.

A violência contra a mulher é uma tragédia no Brasil. Segundo o Fórum Nacional de Segurança Pública, no ano passado, 1.319 mulheres foram vítimas de feminicídio e 56.098 foram estupradas, incluindo vulneráveis. São dados assustadores. Por isso é importante debater o tema na comunidade, nas escolas, empresas, universidades e veículos de imprensa. A solução passa por uma união de forças e pelo sentimento de que é intolerável continuar convivendo com índices tão alto de crimes contra as mulheres.

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