EDITORIAL - Vacinação infantil despenca no Brasil
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 08 de setembro de 2022
Folha de Londrina
Diante dos baixos números preocupantes de crianças brasileiras que receberam as doses de vacinas contra a poliomielite e a de multivacinação, o Ministério da Saúde decidiu prorrogar as campanhas de imunização até o final do mês. A princípio, ela terminaria no dia 9 de setembro.
O balanço, após um mês de campanha, divulgado no início da semana pelo Ministério da Saúde, foi extremamente preocupante. Apenas 35% das crianças de 1 a 4 anos tomaram a vacina. A meta é vacinar 95% do público-alvo, cerca de 14,5 milhões de pessoas.
O PNI (Programa Nacional de Imunizações) recomenda a vacinação contra a pólio de crianças a partir de 2 meses até menores de 5 anos de idade. A doença, também chamada de paralisia infantil, provoca o comprometimento do sistema nervoso, levando à paralisia de membros e alterações nos movimentos. Em alguns casos, pode ser fatal.
O esquema é feito com duas doses de injeção aos 2 e aos 4 meses de idade e uma gotinha aos 6 meses. Depois disso, a criança deve tomar uma dose de reforço aos 15 meses e outra aos 4 anos de idade.
A poliomielite foi erradicada do país em 1994, mas a baixa cobertura vacinal e o crescimento de movimentos antivacina preocupam autoridades e especialistas da área.
Quanto a multivacinação, o objetivo é incentivar a atualização da caderneta de vacinação de crianças e jovens até os 15 anos de idade. Estão disponíveis 18 vacinas do PNI, como a tríplice viral, a tetra viral, a penta valente, a de febre amarela, a de HPV, a VOP, a meningocócica C, e as de hepatite A e B.
As duas campanhas de vacinação coincidem com a de Covid-19. Segundo o ministério, as vacinas poderão ser administradas de maneira simultânea ou com qualquer intervalo na população a partir de três anos de idade.
Em Londrina, os resultados parciais da campanha contra a poliomielite também foram decepcionantes, pois até o início da semana somente 25% do público-alvo, 30 mil meninos e meninas, haviam se imunizado.
O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, ressaltou que a cidade já teria condições de ter ultrapassado 90% de cobertura vacinal. “Muitas das novas gerações não conviveram com a paralisia infantil, não sabem o mal que essa doença causa. Não conviveram por conta da conscientização que as gerações passadas tiveram. Fazemos um chamado para toda a população sobre a importância da vacina”, pontuou.
Para tentar reverter os números, a pasta está promovendo esta semanas algumas ações. No feriado, servidores iriam vacinar crianças em shoppings da cidade e nesta quinta-feira (8) e sexta-feira (9) as gotinhas serão levadas para os CEIs (Centros de Educação Infantil) e CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil).
Até oito, 10 anos atrás, o Brasil não registrava essa onda antivacina e frequentemente a FOLHA vem trazendo reportagens e entrevistas com médicos e especialistas em saúde pública se manifestando preocupados com a possibilidade desse quadro de baixa vacinação provocar novas catástrofes sanitárias, com o reaparecimento de doenças que foram comuns no passado e que já estavam controladas. Elas são graves e podem levar à morte ou à sequelas. Precisamos agir rápido.
Obrigado por ler a FOLHA!

