O fim do período mais crítico da pandemia de Covid-19, marcou, no início de 2022 o retorno das atividades presenciais nas instituições de todos os níveis, desde a educação básica até universidades. Passaram-se nove meses e educadores, pesquisadores e estudantes já têm certeza de que o momento de readequação após os dois anos de ensino à distância está chegando ao final. Também está passando aquele momento de assimilar os impactos da implementação, muitas vezes às pressas, de novas metodologias de ensino que permitissem as aulas remotas.

Falar sobre a educação no pós-pandemia, que invariavelmente trata de inovação e novas tecnologias, é um dos motes da 16ª edição do EncontrosFolha, que acontecerá nesta terça-feira (13), a partir das 8 horas, no Shopping Aurora.

Com o tema "Inovação, Tecnologia e Conectividade em Educação", a proposta é trazer soluções em um cenário onde os estudantes são impactados constantemente por novas tecnologias. Os painelistas convidados são Flávio Tavares, fundador e CEO da Upper; Silvana Rodrigues Quintilhano, docente na área de Educação da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e Fernando Accorsi, docente da área de TI do IFPR (Instituto Federal do Paraná).

Em entrevista à FOLHA, publicada na edição desta segunda-feira (12), o palestrante Flávio Tavares cita um estudo americano cuja conclusão é que, do aprendizado humano, 10% dele é conhecimento, 20% vem de conexões com outras pessoas e 70% resulta de experiências vividas.

“Quando falamos em processos educacionais, a gente tem que perguntar o quanto a educação hoje está conectando as pessoas entre si e o quanto a gente está estimulando as pessoas a viverem as suas próprias experiências de aprendizagem.”

Tavares considera que não são as escolas mais tecnológicas que vão estar prontas para a nova educação. “O que a gente precisa é de seres humanos mais conectados com outros seres humanos. De escolas públicas e privadas que tenham uma compreensão clara da mudança que está acontecendo no mundo. Isso tem muito mais a ver com soft skills [habilidades comportamentais] do que com tecnologia”, conclui.

Silvana Quintilhano destaca que a revolução tecnológica provocou mudanças exponenciais no âmbito educacional. “Hoje, áreas como educação e tecnologia atuam integradas para promover a inovação. Aliás, o período pandêmico já comprovou a importância da tecnologia e o impulso da conectividade digital para o realinhamento das estruturas sociais, econômicas e educacionais.”

"Trazer para debate a inserção das tecnologias na educação, além de romper paradigmas de métodos pedagógicos tradicionais, expande as possibilidades de transformação no contexto educacional”, pontua.

Fernando Accorsi traz para o EncontrosFolha a experiência premiada do Programa Wash (Workshop de Aficionados por Software e Hardware), do IFPR, na Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico, utilizando a plataforma Scratch.

“Essa plataforma possibilita a exploração do pensamento computacional dentro da abordagem da aprendizagem criativa. No horário de contraturno escolar, durante as oficinas, as crianças desenvolviam seus projetos baseados em desafios para construção de jogos envolvendo temas da Base Nacional Comum Curricular”, explica o professor.

As abordagens riquíssimas que serão levadas por esse time de painelistas à 16ª edição do EncontrosFolha certamente contribuirão muito para o debate sobre desenvolvimento e melhoria da educação brasileira. A pandemia apressou o uso de novas ferramentas tecnológicas às salas de aula e certamente não voltaremos mais ao modelo tradicional de ensino, já que essa novas tecnologias estão mudando a forma de construção do conhecimento e também de conexão entre alunos, professores e comunidade.

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