O reajuste no salário de políticos que ocupam cargos públicos sempre levantou polêmica e nestes tempos de pandemia da Covid-19 o tema ganha muito mais atenção da sociedade diante das dificuldades econômicas que a maioria da população enfrenta.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Um reajuste salarial polêmico
| Foto: Arquivo Folha

É o que ocorre com a decisão da Câmara de Vereadores de Jataizinho, na Região Metropolitana de Londrina, de aprovar, na última quarta-feira (9), em sessão extraordinária, projeto de lei que propõe reajuste de 10,16% nos salários do prefeito, vice-prefeito, secretários e vereadores. Se a lei for sancionada pelo prefeito representará um aumento de cerca de R$ 1 milhão nos gastos do município.

No domingo (13), parte dos moradores de Jataizinho saíram às ruas para protestar contra a aprovação do projeto de lei e na tentativa de pressionar o prefeito Vilson Fernando (PDT) a vetar a matéria.

Segundo um dos organizadores da mobilização e membro do grupo Fiscaliza Jataizinho, criado para monitorar as ações do Legislativo e do Executivo, Gabriel Valentin, o salário do prefeito é de R$ 16 mil e, com o reajuste, ficará acima dos R$ 18 mil.

O projeto de lei foi proposto pelo presidente da Câmara, Bruno Barbosa (Cidadania), e foi aprovado por cinco votos favoráveis e dois contrários. Dois parlamentares não participaram da votação.

Caso entre em vigor, a lei permitirá o reajuste de R$ 4,5 mil para R$ 5.164 nos salários de oito dos nove vereadores. O presidente da Câmara terá o salário aumentado para mais de R$ 6 mil.

Uma das questões que se levanta quando se aprova o reajuste do salário de um prefeito é o efeito cascata que isso pode acontecer, visto que ele é teto para o funcionalismo municipal. E diante de um cenário de crise imposto pela pandemia, é preciso refletir muito antes que essas decisões sejam tomadas sempre com base na responsabilidade com o dinheiro público e visando o equilíbrio nos gastos.

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