Uma pesquisa realizada pela organização educacional Verkey Foundation constatou o que já sabíamos, mas não imaginávamos que estávamos tão mal. Entre 35 países pesquisados, o Brasil é onde os professores têm menor prestígio na sociedade. Em outras palavras, não valorizamos os profissionais que ensinam nossas crianças, jovens e adultos.

O levantamento considerou como os professores são avaliados em relação a outras profissões e percepções implícitas e explícitas. Na comparação com profissionais de outras áreas, os brasileiros são os que pior avaliam os professores. Em uma escala de 0 a 14 para indicar o status da carreira docente, o Brasil tem nota 5. Na China, a nota é 9.

Como era de se esperar, nos lugares em que os alunos têm melhor desempenho escolar, há maior prestígio da carreira docente.

Não é apenas o salário baixo que prejudica o status dos professores. Uma das correlações encontradas pelos pesquisadores é de que os professores são mais mal avaliados em países em que a profissão é mais fortemente ocupada por mulheres, como é o caso do Brasil, mostrando que preconceito de gênero e sexismo prejudicam também a carreira docente.

É uma bola de neve. Um país que não valoriza a educação também não dá valor aos professores que, por sua vez, não encontram condições para qualificar o estudante para o mercado de trabalho desafiador do século 21.

Qualquer iniciativa de melhorar o sistema educacional passa pelo reconhecimento do trabalho docente, como salários atraentes e formação continuada ao longo da carreira.

Concluindo, o desenvolvimento cultural, político, econômico e social do Brasil passa pelo reconhecimento da educação como fator transformador. É a educação que tem chance de tirar o país desse estado de atraso crônico, nosso bilhete de passagem para o progresso.

Obrigado por ler a FOLHA!